Exportações puxam reação da indústria no estado

Publicado em: 18 fev 2019

Campo Grande (MS) – O ano começou mais otimista para o setor industrial sul-mato-grossense. Um dos sinais está na elevação das exportações da indústria. Após encerrar 2018 com resultado positivo, o setor obteve em janeiro receita de US$ 315,67 milhões com a venda de produtos industrializados, contra US$ 266,06 milhões no ano passado, o que representa um crescimento de 19%. Os dados são do levantamento do Radar Industrial da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems). 

Atualmente, a atividade industrial responde por 19% de todo o emprego formal existente em Mato Grosso do Sul, ficando atrás dos setores de serviços, que emprega 184.809 trabalhadores, com participação equivalente a 29%; de administração pública, com 133.910 empregados, ou 21%; e de comércio, com 127.102 empregados, ou 20%. 

De acordo com o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a exportação de produtos industrializados é um indicador importante do setor e que vem apresentando números positivos há dois anos consecutivos, graças ao bom desempenho das médias e grandes empresas de Mato Grosso do Sul. “Essas indústrias com foco no mercado externo têm crescido em um ritmo mais acelerado do que aquelas que vendem apenas para o mercado interno”, salientou. 

Longen admite, porém, que tão importante quanto essas grandes indústrias, as médias também estão contribuindo de forma satisfatória para esse avanço das exportações. “No ano passado, nós já iniciamos a retomada do crescimento do setor industrial sul-mato-grossense com números positivos tanto nas exportações quanto nas contratações de trabalhadores. Fechamos 2018 com taxa de crescimento de 19%, mesmo porcentual registrado no mês de janeiro deste ano de 2019, ou seja, a indústria vem retomando os mesmos patamares registrados antes da crise econômica”, enfatizou. 

O presidente da Fiems destaca ainda a recuperação na produção. “No mês de janeiro deste ano, 92% de tudo que foi exportado por Mato Grosso do Sul foi produzido pela nossa indústria. Na prática, isso representa que o setor já vem fazendo a diferença na economia”, avaliou. 

Melhor janeiro 

Na avaliação do coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, esse foi o melhor resultado para o mês de janeiro da série histórica de exportações industriais do Estado. 

“Quanto à participação relativa exportada pelo Estado, a indústria respondeu por 92% de toda a receita obtida com vendas ao exterior por Mato Grosso do Sul”, informou. Os principais destaques ficaram por conta dos grupos Celulose e Papel, Complexo Frigorífico, Extrativo Mineral, Siderurgia e Metalurgia Básica e Couros e Peles. “Os produtos produzidos por esses grupos, somados, representaram 97% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior”, completou Ezequiel Resende. 

O destaque nas vendas externas continua com o grupo Celulose e Papel, que movimentou US$ 185,46 milhões, um aumento de 41%, que foram obtidos apenas com a venda da celulose (US$ 182,43 milhões), tendo como principais compradores China, com US$ 82,89 milhões, Holanda, com US$ 25,33 milhões, Itália, com US$ 18,95 milhões, Estados Unidos, com US$ 18,85 milhões, e Espanha, com US$ 10,05 milhões. 

“A exportação de produtos florestais atingiu um destaque pouco comum no ano passado, saindo da tradicional 4ª posição e se aproximando do 2º posto, ocupado pelas carnes. Em 2018, as exportações desse setor [Papel, Celulose e Madeira] somaram US$ 14,2 bilhões, 23% a mais do que em 2017. A diferença para as exportações de carnes foi pequena e o volume e o preço da celulose determinaram o avanço dos produtos florestais”, analisou Ezequiel Resende. 

Já no grupo Complexo Frigorífico, a receita de janeiro foi de US$ 68,95 milhões, uma redução de 17% em relação ao mesmo período do ano passado, uma vez que 40% do total alcançado é oriundo das carnes desossadas de bovinos congeladas, que totalizaram US$ 27,57 milhões, tendo como principais compradores Hong Kong, com US$ 11,63 milhões, Chile, com US$ 9,51 milhões, Emirados Árabes Unidos, com US$ 7,70 milhões, China, com US$ 4,45 milhões, e Arábia Saudita, com US$ 3,83 milhões. 

“A Arábia Saudita suspendeu as importações de carne de frango de cinco frigoríficos brasileiros e a medida afetou a BRF, que é a maior exportadora de carne de frango halal do mundo. Desde a Operação Carne Fraca, a Arábia Saudita também deixou de habilitar frigoríficos do Brasil pelo sistema de pré-listing, por meio do qual os estabelecimentos são autorizados a exportar por amostragem, sem que seja necessário inspecionar todas as fábricas interessadas em exportar”, ressaltou o economista.

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