Pedidos de seguro-desemprego têm o menor índice em quatro anos

Publicado em: 22 set 2020

Campo Grande (MS) – Após registrar um pico em número de pedidos de seguro-desemprego em maio (com 10.807 requisições), Mato Grosso do Sul registrou o menor número em quatro anos. Em agosto, foram 6.875 requerimentos, a última vez que houve menos de sete mil solicitações foi em setembro de 2016, com 5.381.  

No comparativo com julho, a queda foi de 9,42%. No sétimo mês do ano foram 7.590 pedidos. Comparado ao mesmo mês do ano passado, a queda foi de 16%. Em 2019, foram 8.188 requerimentos no Estado.  

De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, a redução no número de pedidos de seguro-desemprego pode estar associado a uma melhora de alguns indicadores da economia. 

“Quando a gente fala de Mato Grosso do Sul, temos o saldo de empregos [diferença entre demissões e contratações] positivo para o mês de julho. Outro indicador é a intenção do consumo das famílias, ainda aquém do esperado, mas bem melhor, inclusive para as datas comemorativas durante o ano. E também acerca das expectativas sobre a recuperação da economia”, disse. 

Para Daniela, a confiança do empresário também contribuiu para a mudança de cenário. “Outra questão é sobre a própria confiança do empresário do comércio. Neste mês, voltamos à zona positiva, que significa que é mais fácil transformar essa confiança em investimentos de mão de obra, por exemplo. Todos esses fatores ajudam nessa amenização de impactos negativos do coronavírus. Temos uma recuperação, mas ela ainda é frágil e a gente pode regredir facilmente, porque não é algo consolidado”, destacou a economista.  

Queda

O pico do número de solicitações do seguro, por causa da pandemia da Covid-19, foi registrados em abril e maio. Em abril, o número de pedidos do seguro-desemprego chegou a 10.745 e em maio 10.807. 

No comparativo entre maio e agosto, a queda nas solicitações foi de 36,38%. O economista Márcio Coutinho diz que, com certeza, a redução em agosto é um sinal positivo para a economia estadual. 

“Menos pessoas procurando o seguro e tendo mais admissões do que desligamentos com certeza é positivo. A gente não pode esquecer que em abril e maio tivemos números bem negativos [nas demissões], então estamos nos recuperando ainda”, destacou.

Coutinho ainda explica que com mais pessoas trabalhando, há uma retomada na movimentação financeira. “Com mais gente empregada, obviamente, tem mais dinheiro circulando, e com mais renda na mão das pessoas temos mais dinheiro circulando. Não podemos esquecer que a economia deu uma aquecida em função dos auxílios do governo”, ressaltou o economista. 

Perfil

Entre os 6.875 requerimentos feitos em agosto, a maioria (63%) era de homens. Segundo os dados do Ministério da Economia, 4.332 pedidos do seguro foram realizados por homens, enquanto o porcentual de mulheres foi de 36,99%, ou 2.543 solicitações. 

A faixa etária que mais ficou desempregada no período foi entre 30 e 39 anos, com 2.201 solicitações, na sequência: trabalhadores com idade entre 40 e 49 anos, 1.375; 1.265, entre 25 e 29 anos; depois os com idade entre 18 e 24 anos somaram 1.107 pedidos; de 50 a 64 anos foram 866; acima de 65 anos, 33 solicitantes; e até 17 anos, 28 requisições.

Outra mudança percebida é o aumento das solicitações via internet. Em agosto de 2019 apenas 104, ou 1,3%, dos 8.188 desempregados fizeram o pedido on-line. 

Em agosto de 2020 o porcentual saltou para 35,8%, ou 2.463 dos 6.875 solicitantes.

Estoque

O estoque de empregos (número de pessoas com carteira assinada) também registrou uma recuperação. Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no dia 1º de janeiro de 2020 o número de pessoas no mercado formal era de 515,005 mil; em julho o número subiu para 516,067 mil, diferença de 1.062 registros.

Os dados divulgados no mês passado apontam que no acumulado do ano – de janeiro a julho – foram 118.148 admissões contra 116.587 desligamentos, saldo de 1.561 novas vagas.  

Conforme já noticiado pelo Correio do Estado, somente no mês de julho foram 2.635 vagas a mais no mercado de trabalho sul-mato-grossense. Foram 16.251 contratações contra 13.616 desligamentos.  

O resultado foi puxado pela boa atuação da indústria, com a criação de 1.438 vagas, seguido do comércio (943), serviços (556) e construção com 130 novas vagas. No lado oposto, a agropecuária registrou saldo negativo em 432 empregos.

 

Fonte: Correio do Estado.

 

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