Campo Grande (MS) – Na segunda parte da entrevista exclusiva concedida ao Instituto Millenium, o economista Paulo Tafner explica o impacto que a proposta de reforma da Previdência elaborada por ele em conjunto com um grupo de especialistas, incluindo o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, traria para as contas públicas do país. O projeto pode ter efeitos positivos para a conquista do equilíbrio fiscal, permitindo ao governo a capacidade de melhorar sua administração, ampliar investimentos e prestar serviços de qualidade à população.
Tafner aponta algumas distorções criadas pelo atual sistema que seriam corrigidas. A primeira delas é a redução progressiva de benefícios pagos a brasileiros que recebem um valor muito elevado do governo. Outro ponto é a adequação da idade mínima. O especialista lamenta o fato de que, no país, alguns trabalhadores ainda se aposentam muito cedo. Segundo o economista, 1/3 das mulheres param de trabalhar com menos de 50 anos e no caso dos homens, antes de completarem 55 anos.
“Vamos reduzir o volume de despesa previdenciária e corrigir outros benefícios, como pensão e acumulação. Hoje, no Brasil, há casos de pessoas que acumulam até seis benefícios previdenciários e chegam a ganhar quase R$ 100 mil. Estimamos que a redução da despesa em dez anos será equivalente a R$ 1,3 trilhão, ou seja, uma economia de quase 20% do PIB”, prevê Tafner.