Campo Grande (MS) – A inflação no setor de comércio e serviços de Campo Grande obteve queda pelo segundo mês consecutivo chegando a -0,37% no mês de agosto. O índice foi ainda mais baixo do que julho, no qual a taxa pontuou 0,33%. No comparativo entre os meses de agosto, o resultado foi o menor registrado desde 2005.
Os dados foram divulgados na terça-feira (18), pelo Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) que apresentou outras análises. Uma delas é se considerar os sete primeiros meses do ano na Capital, a inflação totalizou até o momento 2,43%, o que significa uma média positiva já que a metá máxima do Conselho Monetário Nacional (CNM) para todo ano é 4,5%.
Os grupos que mais contribuíram para a redução dos preços foram: Transportes (-1,89%) e Despesas Pessoais (-0,70%). Segurando a queda do índice estão: Educação (1,31%), Vestuário (0,87%), Alimentação (0,59%), Habitação (0,16%) e o grupo Saúde, que permaneceu estável.
Conforme informado pelo coordenador do Nepes/Uniderp, Celso Correia de Souza, a inflação foi menor do que o esperado, mas dentro da expectativa de índice baixo. “A inflação baixa deve permanecer nos próximos meses, a não ser que alguns fatores adversos com a economia influenciem para cima o ritmo inflacionário, principalmente, o grupo de Alimentação, que pode sofrer impacto do valor muito alto do dólar”, esclarece.
Se isso acontecer, em longo prazo, o impacto seria em produtos importados, como trigo, máquinas de alta precisão, eletroeletrônicos e gasolina. De acordo com o pesquisador, a alta da moeda estrangeira também pode favorecer às exportações brasileiras, principalmente, as de grãos e de carnes, diminuindo a oferta desses produtos no mercado interno, consequentemente, aumentando os seus preços.
Os fatores que poderão ajudar na redução da inflação neste ano são a continuidade do alto nível de desemprego no país, os altos juros praticados na economia, o grande endividamento da população fazendo com que haja queda de demanda de consumo, inclusive, em produtos de alimentação.
“Não se pode ignorar que as eleições de outubro/2018 podem influenciar negativamente o controle da inflação, pois, toda incerteza política causa aumento do dólar”, acrescenta Souza.