Campo Grande (MS) – A Comissão Especial que discute a reforma da Previdência dos militares na Câmara dos Deputados aprovou o texto base do projeto, que altera as regras para o ingresso na reserva e reestrutura a carreira das categorias. A votação é terminativa, mas o projeto pode ir ao plenário da Casa se for apresentado um requerimento com 51 assinaturas.
Depois de muitas negociações e acordos, parlamentares retiraram mais de uma dezena de destaques que haviam sido apresentados ao texto. Outros três restaram e serão votados na próxima terça-feira, 29.
Um dos acordos foi feito com o PT para beneficiar os militares de patente mais baixa. Em troca, o partido de oposição se comprometeu a não apresentar requerimento para votação em plenário.
O PSOL e o PSB, no entanto, prometeram trabalhar para reunir as assinaturas necessárias. “A matéria está praticamente resolvida. Acho que a possibilidade de ir a plenário já foi maior”, afirmou o presidente da Comissão, deputado José Priante (MDB-PA).
PRAÇAS
O PT modificou texto para criar um adicional de 10% sobre o salário para os praças que ocuparem posições de comando. Para manter o impacto financeiro à União, seria retirado um adicional de 10% dado a generais que passam à reserva.
Na terça-feira, 22, o reajuste maior para as altas patentes previsto no projeto de reforma da Previdência dos militares revoltou os praças. Militares da reserva de baixa patente de associações e da reserva acompanham a votação.
O presidente da Associação de Praças das Forças Armadas (Aprafa-Brasil), Jair da Silva Santos, disse que o presidente Bolsonaro perdeu o apoio maciço que tinha entre os militares de graduação mais baixa. “De subtenente para baixo, estão todos revoltados. Todos falando que não vão apoiar Bolsonaro em uma nova eleição por causa da falta de consideração do presidente”, afirmou.