Por Gilson Barbosa
Campo Grande (MS) – O governo Bolsonaro volta a assestar suas baterias contra os servidores públicos, seus alvos tradicionais e geralmente tidos, aos olhos da opinião pública, como vilões do caos em que se encontra o país.
Mas é bom que o povo saiba que a reforma administrativa apregoada como falsa solução para que saiamos do atoleiro apenas beneficiará políticos pilantras e seus asseclas.
A reforma promete acabar com “férias de 60 dias”, que não existem no caso dos servidores e, sim, para os juízes, que nela não estão incluídos. Prevê, também, o “fim dos super salários”, inexistentes no caso dos servidores, muitos deles sem reajuste há seis anos! De novo, juízes e políticos têm super salários, embora também não estejam incluídos na reforma.
Esta também prevê o fim da aposentadoria compulsória como forma de punir o servidor, que, quando erra, é simplesmente demitido, como centenas o são anualmente. Enquanto isso, quando erram, juízes não são demitidos, nem políticos corruptos, cassados. No caso dos magistrados, no máximo, são aposentados compulsoriamente, como “punição”, percebendo os mesmos altos salários que recebiam em atividade.
A estabilidade do servidor existe para impedir que políticos corruptos encham o serviço público de aspones, comissionados e assessores para assuntos avessos à sociedade. Enquanto o servidor, ao errar, pode ser demitido, os guardiões e aspones comissionados, não.
E eis aí outro escoadouro de recursos públicos, pois os comissionados ganham muito mais do que servidores concursados, como o bombeiro ou o policial que lhe atende numa urgência, o professor servidor que educa seu filho ou a equipe de servidores (médicos, enfermeiros, auxiliares) que agora mesmo, em meio a uma pandemia, o socorre num hospital, caro leitor. A reforma, covarde e injusta, só servirá para atender os interesses de gente que emprega parentes, rouba e se banqueteia no poder. Pense nisto!
Gilson Barbosa é Jornalista
Fonte: Diário do Nordeste