Campo Grande (MS) – Pesquisa realizada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul revela que 53,3 mil servidores públicos federais que devem se aposentar até 2030 podem ter suas atividades facilmente supridas por máquinas.
O estudo identificou 96 mais suscetíveis à automação, como assistente administrativo, auxiliar de escritório e datilógrafo (4.559). Essa tendência de automação aumenta com o tempo. Em 2040, 68,2 mil servidores que se aposentarão poderão ter as atividades substituídas por máquinas. Em 2050, o total chegará a 92,3 mil..
Em 2020, a proporção de cargos vagos por aposentadoria que poderiam ser extintos ou substituídos por serviços digitais alcançou 27%. No ano passado, 13.916 servidores se aposentaram, dos quais 3.774 ocupavam cargos com grande potencial de serem automatizados ou terceirizados, conforme o Painel Estatístico de Pessoal do Ministério da Economia.
Quanto maior o grau de escolaridade ou nível de especialização exigido para a função, menores são as chances de automação. Entram nessa lista aquelas que lidam com o cuidado humano, como saúde e pesquisa. Esses cargos têm remuneração média de R$ 15.182 e exigem um tempo de estudo de aproximadamente 15 anos. Enquanto isso, as ocupações cujas vagas têm grandes chances de serem executadas por máquinas ou computadores após a vacância exigem em torno de 13 anos de estudo.
A pesquisa também mostrou que a automação pode aumentar ainda mais a desigualdade de gênero no funcionalismo público, já que a maioria dos cargos que são passíveis de automação são ocupados por mulheres.
Das 232 mil mulheres, 48,1 mil estão em ocupações de alta propensão à automação (20,7%). Para os homens, esse número corresponde de 56,6 mil de um total de 290 mil (19,5%).
(Com informações da Agência Brasil)