Campo Grande (MS) – Ao lado do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpou, na manhã desta quarta-feira (18), em Manaus, parte dos governadores pela alta do preço do gás (leia na pág. 9)e dos combustíveis. Ele reconheceu a inflação e disse que o povo tem razão em reclamar. “Sabemos que a inflação está batendo na porta de vocês, mas lá atrás grande parte dos governadores e da nossa mídia disse que deveríamos respeitar aquela máxima: ‘fique em casa que a economia a gente vê depois’”, discursou.
Ao classificar os preços como absurdos, Bolsonaro destacou que a população precisa perceber quem está sendo o verdadeiro vilão. “Hoje em dia, o litro da gasolina é vendido nas refinarias na casa de R$ 1,95. Se está R$ 6, R$ 7 o litro, o que é um absurdo, o imposto federal na casa de setenta centavos, vamos ver quem é o vilão nessa história”, afirmou. Bolsonaro aproveitou o discurso para fustigar, sem citar nominalmente, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), um dos seus adversários políticos.
“O vilão não é o governo federal. A gente lamenta que alguns estados do Brasil, como o maior estado economicamente ativo, foi o estado que mais aumentou o ICMS em plena pandemia. É lamentável isso”, discursou.
Mais uma vez, o presidente afirmou que o governo federal foi alijado das ações de combate à pandemia. “Só o fato a obrigarem vocês a ficar em casa, ao decretarem toque de recolher e confinamento, jogaram praticamente na miséria em torno de quarenta milhões de pessoas no Brasil. O governo federal fez sua parte, criou o auxílio emergencial que acabou no fim das contas atingindo sessenta e oito milhões de pessoas”, declarou.
Em guerra com o STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente, desta vez, não fez ataques a ministros. A missão coube ao pastor Silas Malafaia, que discursou na cerimônia de entrega de habitações populares. “Eu queria fortalecer uma verdade, supremo poder é o povo. O povo é o supremo poder. Não é uma caneta de ministro do STF e ninguém que vai tirar um presidente legítimo com o voto do povo na caneta”, disse.
Neste momento, parte da plateia levantou as mãos para o céu como se estivessem celebrando uma oração. É a terceira vez que Bolsonaro vai ao Amazonas desde que o sistema de saúde do estado colapsou com crise de abastecimento de oxigênio e o aumento de casos de Covid-19 na segunda onda da pandemia. O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello alvo de investigação em decorrência dos óbitos, esteve presente na cerimônia.
Fonte: Folhapress