Oito em cada 10 órgãos federais oferecem serviços pela internet

Publicado em: 28 jul 2022

Campo Grande (MS) – Cerca de 8 em cada 10 órgãos federais dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e do Ministério Público ofereceram pela internet os serviços públicos mais procurados pelos cidadãos em 2021. A taxa (76%) apresenta um acréscimo de 22 pontos percentuais na comparação com os 54% registrados no levantamento anterior, feito em 2019, antes de a pandemia de covid-19 avançar no país. Nos estados, o crescimento da oferta desse tipo de prestação de serviço aumentou 14 pontos percentuais, passando de 31% para 45% entre 2019 e 2021.

Os dados fazem parte da 5ª edição da pesquisa TIC Governo Eletrônico, publicada na terça-feira (26).

O levantamento feito pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) detalhou como as tecnologias da informação e comunicação (TIC) têm sido usadas por órgãos públicos das esferas federal, estadual e municipal do país. A pesquisa confirma a expectativa de que a pandemia catalisou um aumento significativo da disponibilização e do uso de serviços públicos online.

A pesquisa registrou ainda queda no número de órgãos públicos que não ofereciam, de forma online, os serviços que são considerados como os “mais procurados”. Isso ocorreu tanto no âmbito federal, que apresentou queda de 6 pontos percentuais, passando de 8% para 2%, como estadual, que caiu de 20% para 13%.

O levantamento descreve que, nas prefeituras, foi observado aumento de boa parte dos serviços disponibilizados via internet entre 2019 e 2021. É o caso da emissão de boletos de tributos e outras guias de pagamento que passou de 53% para 63% das prefeituras pesquisadas.

A emissão de nota fiscal eletrônica também tem sido um serviço prestado por número cada vez maior de prefeituras. Na pesquisa feita em 2015, apenas 41% das prefeituras que possuíam website forneciam esse tipo de serviço – percentual que subiu para 51% no levantamento de 2017; para 69% em 2019, para chegar aos 78% registrados na atual edição do levantamento.

Por outro lado, “menos de metade das prefeituras permitiram realizar, via website, inscrição ou matrícula (47%) e agendamento para consultas, atendimentos, serviços, entre outros (32%)”, destaca o CGI.

Redes sociais

As redes sociais estão bem difundidas entre as entidades prestadoras de serviço público. O levantamento indica que 99% dos órgãos federais e 92% dos estaduais possuíam, em 2021, perfis em redes sociais. Crescimento relevante foi observado com relação à presença de prefeituras nas redes sociais. Em 2019, 82% delas tinham perfil em redes desse tipo. Em 2021, 94% delas estavam presentes nessas plataformas.

“Houve ainda um aumento de perfis em redes de mensagem instantânea como WhatsApp ou Telegram tanto nos órgãos federais (de 28% para 49%) quanto nos estaduais (de 28% para 46%) no mesmo período”, detalha o comitê.

Foi também identificado aumento, de 28% em 2019 para 48% em 2021, na disponibilidade para solicitação de serviços públicos pelos cidadãos via WhatsApp ou Telegram

Em 2021, a maioria das prefeituras tem acesso à internet por meio de conexão via fibra ótica (94%). Em 2015 – quando 70% delas acessavam a grande rede via rádio – as conexões via fibra ótica eram feitas por apenas 30% das prefeituras. De acordo com o levantamento, 72% das prefeituras tinham conexão via cabo. As conexões via rádio caíram para 33%.

Internet para educação

Com relação à disponibilização de dispositivos como notebooks, tablets ou celulares para professores e alunos, a CGI constatou que 44% das prefeituras tiveram alguma iniciativa desse tipo voltada a professores e apenas 13% disponibilizaram esses aparatos aos alunos. O levantamento mostra que 30% das prefeituras disponibilizaram algum “pacote de dados, chip ou outros subsídios para conexão à Internet” a professores e que menos de 17% adotaram medidas similares voltadas a estudantes.

Menos de um quarto (24%) das prefeituras disponibilizou aplicativos visando a divulgação de informações ou serviços voltados ao combate à pandemia.

“As funcionalidades mais presentes nessas aplicações eram o acesso a informações ou perguntas frequentes sobre a covid-19 ou a vacinação (80%), a possibilidade de comentar sintomas da doença e receber orientação sobre o que fazer (64%), e a realização de cadastro prévio ou agendamento para a vacina (60%)”, destacam os pesquisadores.

A 5ª edição da pesquisa TIC Governo Eletrônico entrevistou por telefone 580 órgãos públicos federais e estaduais dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público, além de 3.543 de prefeituras. As consultas foram feitas entre agosto de 2021 e abril de 2022.

Lições da Ásia para o futuro da tecnologia

Um estudo elaborado pela Deloitte, intitulado Digital Smart: Accelerating Digital Government for Citizens in the Asia-Pacific, estima que até 2025 haverá, em toda a região abrangida pela pesquisa, mais de 900 milhões de usuários de internet. 46% dos cidadãos entrevistados esperam acessar digitalmente mais serviços públicos e 73% afirmam que desde a pandemia os serviços governamentais deveriam ter se tornado mais digitais.

O relatório, como o próprio nome indica, foi elaborado considerando os países da região da Ásia e do Pacífico e as tendências locais: Cingapura, Austrália,Indonésia, Índia, Vietnã, Coreia do Sul e Japão.

Na região, três em cada quatro pessoas acreditam que os governos precisam investir mais em tecnologia para estarem preparados para o futuro digital. A perspectiva é de que sejam necessários investimentos de US$ 151 bilhões em TI, até 2025.

“A oportunidade digital é enorme e não pode ser ignorada. Segundo o Banco Mundial, um aumento de 10 pontos percentuais na penetração de banda larga fixa pode aumentar o crescimento do PIB em 1,2% nas economias desenvolvidas e 1,4% nas em desenvolvimento. Nos sete mercados abrangidos no estudo, cerca de 55% dos cidadãos já estão online. Espera-se que esse índice continue crescendo nos próximos três anos, à medida que a conscientização digital cresce, a infraestrutura melhora e as tecnologias se tornam mais acessíveis”, destaca o material. 

Países precisam acelerar a inclusão digital

As lições apontadas pelo documento são válidas para todos os países, que precisam impulsionar a inclusão digital e melhorar a qualidade dos serviços digitais oferecidos aos cidadãos. Acompanhe algumas das conclusões. 

1. Cidadão no centro da experiência

É necessário melhorar a experiência da população com os serviços e promover a desburocratização dos governos.

2. Inclusão digital

Todos os cidadãos precisam ter acesso aos serviços.

3. Integração

integração dos serviços é uma estratégia para promover melhor experiência dos cidadãos.

4. Interatividade

É outra estratégia para promover a inclusão, especialmente entre os cidadãos com menor habilidade digital ou junto àqueles que desejam um contato humanizado diante de determinadas situações.

5. Capacitação

Os profissionais do setor público precisam desenvolver habilidades para atenderem à demanda dos serviços digitais. Também será importante viabilizar estratégias de nuvem para permitir que as equipes tenham agilidade, escalabilidade e rapidez na prestação de serviços aos cidadãos.

Fonte: Época Negócios, Embratel

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