Campo Grande (MS) – A receita das exportações de Mato Grosso do Sul somou US$ 4,480 bilhões de janeiro a setembro deste ano, apresentando crescimento de 20,39% em relação ao mesmo período do ano passado, quando chegou a US$ 3,722 bilhões. Os dados, divulgados ontem pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), apontam ainda que a soja, responsável por 37,8% do montante de vendas externas, teve avanço de 32,74% nas exportações sul-mato-grossenses do período, fechando em US$ 1,695 bilhão, diante de US$ 1,277 bilhão em 2017. Para a celulose, segundo principal produto da pauta de exportações do Estado, a receita quase dobrou (98,19%) e passou de US$ 697,635 milhões, nos nove meses do ano passado, para US$ 1,382 bilhão neste ano.
“A celulose continua e vai continuar em alta, é um segmento que vem se expandindo não só no Brasil, mas no mundo. Além disso, nós temos aqui um nível de produção por hectare muito maior que os outros países”, analisa consultor de empresas e especialista em mercado exterior, Aldo Barigosse. “Já a exportação da soja foi muito beneficiada pela guerra comercial da China com os Estados Unidos, que abriu espaço no mercado chinês para nossos produtos”, complementa.
Em volume embarcado para o exterior, a oleaginosa totalizou 4,277 milhões de toneladas, crescimento de 25,19% em relação a 2017 (3,416 milhões de toneladas); já o insumo exportado por MS teve expansão de 63,58% e ficou em 2,864 milhões de toneladas. No ano anterior, o volume comercializado foi de 1,750 milhões de toneladas.
Quedas
Para o milho, a receita exportada foi de US$ 64,265 milhões, montante 97,16% inferior ao do mesmo período de 2017, quando ficou em US$ 226,672 milhões. Quanto ao volume do grão vendido ao exterior, a redução chegou a 74,33% — de janeiro a setembro deste ano, foram exportados 378,525 mil toneladas, enquanto no mesmo período do ano passado esse volume totalizou 1,474 milhão de toneladas.
De acordo com Barrigosse, a retração das exportações do milho se deve à quebra da produção sul-mato-grossense. “Grande parte da nossa produção de milho é focada no mercado doméstico, e o excedente é voltado para o mercado externo. Esse ano, não tivemos uma quantidade expressiva para colocar no mercado internacional, até porque, na última colheita, houve uma quebra de produção no Estado”, explica.
Já as exportações de cana tiveram queda de 66,22%. A receita em vendas externas do produto recuou de US$ 386,368 milhões, em 2017, para RS$ 130,531 milhões neste ano.
Em se tratando da carne e do frango, os dois produtos também fecharam os nove meses de 2018 em queda, conforme os números do Mdic. O montante de carne bovina (desossada e congelada) comercializado ao exterior por Mato Grosso do Sul ficou em US$ 246,360 milhões, representando queda de 7,61% no comparativo com 2017 (US$ 266,643 milhões).
Para o frango, a retração foi de 5,38% e o montante saiu de US$ 213,669 milhões para US$ 202,164 milhões. “O custo operacional vem aumentando muito no Brasil, e isso atrapalha as vendas”, cita Barigosse.
Importações
Ainda conforme relatório do Mdic, MS registrou receita de US$ 2,027 bilhões em importações de janeiro a setembro, valor 10,70% superior ao do mesmo intervalo de 2017 (US$ 1,831 bilhão). O volume importado teve crescimento de 1,88% e passou de 5,600 milhões para 5,706 bilhões de toneladas.
O gás natural, responsável por 54,26% da receita de importações do Estado, ampliou participação na pauta (em 2017, correspondia a 45,22%) e fechou com US$ 1,100 bilhão neste ano, frente a US$ 828,300 milhões em 2017. O volume importado do produto também teve incremento (+4,99%) e saiu de de 4,512 milhões de toneladas para 4,737 milhões de toneladas.