Campo Grande (MS) – O Brasil registrou 1,8 milhões de famílias a mais em situação de extrema pobreza nos dois primeiros meses de 2022, um aumento de 11,8% em relação ao final de 2021. Ao todo, o país soma 17,5 milhões de famílias vivendo com renda per capita mensal de até R$ 105, segundo dados do Cadastro Único.
Cadastro Único para Programas Sociais ou CadÚnico é um instrumento de coleta de dados e informações para identificar todas as famílias de baixa renda existentes no país para fins de inclusão em programas de assistência social e redistribuição de renda, como o Auxílio Brasil e o extinto Auxílio Emergencial.
Em 2021, eram 15,7 milhões de famílias na faixa de extrema pobreza, e, em março de 2020, início da pandemia, eram 13,5 milhões. De lá para cá, a alta foi de 22,8%.
Apesar do aumento de famílias cadastradas na base de dados nesse período, o número de registros atualizados diminuiu. Foram mais de um milhão de inscrições durante a pandemia, enquanto as atualizações caíram 1,87 milhões.
Todos os meses, o Ministério da Cidadania selecionará novos beneficiários para o programa, desde que os dados estejam atualizados.
Apesar de ser pré-requisito para o novo programa social, a inscrição no CadÚnico não representa garantia de que a família passará a receber o Auxílio Brasil. Apenas significa que ela está incluída em uma lista de reserva do programa, que será ampliado à medida que o governo tenha recursos no Orçamento. Os escolhidos todos os meses serão comunicados oficialmente pelo Ministério da Cidadania.
As informações deverão ser atualizadas a cada dois anos, mesmo que não haja mudança de dados. Caso haja alterações na família, a atualização deve ser feita o mais depressa possível. Isso se aplica em situações como novo endereço; aumento ou diminuição de renda; mudança de escola de filhos crianças ou adolescentes; alterações nos documentos do responsável pelo domicílio; nascimentos, mortes, chegada e saída de pessoas no domicílio.
Auxílio Emergencial
Desde o fim do Auxílio Emergencial, o número de famílias em extrema pobreza cresceu 2,5 milhões, representando alta de 14,1% em 5 meses.
No auge dos efeitos do benefício, a pobreza diminuiu no país, mesmo diante da pandemia. Em 2019, 6,6% dos brasileiros estavam em extrema pobreza e 24% em pobreza não extrema. Em julho de 2020, no entanto, essas taxas tinham caído para 2,4% e 20,3%.
Fonte: Ig Economia