Haddad diz que governo pode rever mais uma vez projeção para PIB de 2024

Publicado em: 14 out 2024

(Reuters) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode rever mais uma vez a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto de 2024.

Em participação no evento Macro Day, do Itaú BBA, Haddad também disse que a inflação deste ano pode ficar dentro da banda de tolerância da meta, apesar de o que chamou de choques recentes.

Diante de surpresas positivas na atividade, o Ministério da Fazenda elevou em setembro sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024 a 3,2%, ante estimativa anterior de 2,5%.

“Talvez a gente tenha que rever mais uma vez o PIB deste ano”, disse.

“A inflação, mesmo com o choque de oferta importante por falta d’água, que impacta produção de alimentos e energia elétrica, o desastre que aconteceu no Rio Grande do Sul, mesmo com esses choques todos… há alguma perspectiva de a inflação ficar dentro do teto”, disse Haddad no evento.

Para ele, se o governo tiver a inteligência de calibrar e restringir despesas públicas e garantir receitas, o país terá capacidade de crescer de forma sustentada.

No evento, o ministro classificou como “irracional” o fato de o Tesouro Nacional estar pagando uma taxa real de 6,5% a 7% para remunerar investidores que aplicam nos títulos da dívida pública.

Ele argumentou que o país está com um déficit fiscal muito menor do que antes, retirando impulso fiscal da economia, e tem uma inflação “relativamente comportada”.

Apesar da avaliação, ele ponderou que as compensações oferecidas pelo Senado para a desoneração da folha de empresas não serão suficientes para atender à decisão do Supremo Tribunal Federal e, por isso, será necessário fazer um debate com o Congresso sobre o tema até o fim do ano.

Na avaliação do ministro, o governo tem todas as razões para imaginar que o país terá “boas surpresas” a partir do ano que vem, defendendo que poderá alcançar o grau de investimento se defender a arquitetura do arcabouço fiscal.

Fonte: Isto é Dinheiro

(Por Bernardo Caram, em Brasília; Reportagem adicional de Eduardo Simões)

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