IFC lançará plataforma blockchain para compensações de carbono

Publicado em: 18 ago 2022

Campo Grande (MS) – O International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial, disse à Reuters nesta quarta-feira que lançará junto com algumas empresas uma plataforma em blockchain para negociação de compensações de carbono, com o objetivo de atrair mais investidores institucionais para projetos favoráveis ​​ao clima em mercados emergentes.

A aposta é que o uso de blockchain – um banco de dados digital com informações que podem ser compartilhadas publicamente dentro de uma grande rede descentralizada – impulsionará as compensações de carbono em maior medida do que os métodos mais tradicionais.

Esses créditos são usados ​​por empresas e organizações para compensar as emissões ao contabilizar sua pegada de carbono. Eles representam projetos que compensam as emissões, como plantio de árvores ou geração de energia solar e eólica.

Várias empresas de tecnologia financeira surgiram no ano passado com o objetivo de transformar compensações de carbono em tokens digitais, mas o mercado tem tido dificuldades para ganhar força junto às companhias e investidores institucionais em meio a preocupações sobre a origem e os benefícios ambientais de alguns dos créditos negociados.

O IFC fez parceria com a empresa de economia sustentável Aspiration, a companhia de tecnologia blockchain Chia Network e o investidor em biodiversidade Cultivo para lançar o Carbon Opportunities Fund (Fundo de Oportunidades em Carbono, na tradução livre), que fornecerá as compensações de carbono em blockchain.

Com 10 milhões de dólares iniciais, o fundo comprará créditos de carbono de projetos escolhidos por Aspiration e Cultivo, que serão então tokenizados usando tecnologia da Chia e rastreados utilizando o banco de dados Climate Warehouse, do Banco Mundial.

“Vai estabelecer um padrão e um benchmarking para o mercado que torna mais provável que outro capital institucional venha atrás”, disse Steve Glickman, presidente do braço internacional da Aspiration.

Glickman acrescentou que apenas cerca de 10% dos projetos de crédito de carbono atualmente atendem aos critérios do fundo.

Os mercados de crédito de carbono são amplamente desregulados, pois os governos ainda não chegaram a um acordo sobre as regras comerciais. Muitos países e empresas consideram a compensação como uma forma de ajudar a atingir suas metas líquidas de emissões zero de carbono até 2050, crucial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

O fundo da IFC identificou 250 mil a 300 mil toneladas de créditos que podem ser comprados até o final do ano e está conduzindo a devida diligência em projetos que representam cerca de 1 milhão de toneladas de créditos que podem estar disponíveis nos próximos meses.

Fonte: ISTOÉDINHEIRO

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