Campo Grande (MS) – O setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul passou por momentos difíceis nos últimos anos. Foram cerca de 5 mil postos de trabalho fechados, além de 5 usinas que decretaram falência ou estão em processo de recuperação judicial.
Contudo, apesar da crise, aplicação de novos investimentos e reabertura de uma das unidades traçam um novo cenário na produção do Estado. Apenas neste ano, o setor vai receber investimentos que totalizam aproximadamente R$ 540 milhões, além de criação de novas vagas de emprego.
Três usinas do Estado, localizadas em Costa Rica, Rio Brilhante e Nova Alvorada do Sul, irão ganhar R$ 190 milhões para a safra 2018/2019.
As três indústrias pertencem ao grupo Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial) e, segundo o vice-presidente de operação e engenharia da companhia, Celso Ferreira, a maior parte do montante será aplicado nos canaviais de cana-de-açúcar.
“O investimento, fundamentalmente, está concentrado no crescimento do canavial. Aproximadamente R$ 150 milhões serão voltados à renovação e expansão dos canaviais de maneira que a gente possa aumentar a produtividade e o volume de cana. Os outros R$ 40 milhões serão investidos em máquinas agrícolas, renovação de frota de maquinário agrícola, e também questões relativas às nossas indústrias no sentido de manter nas condições de operação, de segurança, de manter a performance e o rendimento industrial”, detalha.
Além disso, em junho deste ano, a usina de álcool Rio Amambai Agroindústria foi reativada e inaugurada em Naviraí, após três anos fechada. A unidade inicialmente pertencia ao grupo Infinity, e agora recebeu investimentos do fundo investidor norte-americano, Amerra. Para retomar as atividades, foram aplicados U$$ 90 milhões (cerca de R$ 350 milhões) que possibilitarão uma produção de 3,2 milhões de toneladas de açúcar nos próximos três anos, além da geração de mais de mil empregos diretos.
“No Estado, temos em média 45 milhões de cana produzidos e 19 plantas operando, com a reabertura da usina de Naviraí”, avalia o titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.“Não acreditamos muito na retomada das outras, como as de Maracaju e Brasilândia. A tendência do setor é aumentar escala de produção e, consequentemente, gerar mais emprego”, complementa.