Negociação da UFN3 com Acron deve incrementar arrecadação de MS

Publicado em: 10 maio 2018

Campo Grande (MS) – A Petrobras confirmou o início das negociações com a empresa russa Acron para a venda das fábricas de fertilizantes de Três Lagoas e também do Paraná. A informação foi divulgada na quarta-feira (9). A empresa já havia anunciado a fase vinculante para venda de sua participação na Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN-3 ) e também da Araucária Nitrogenados S.A.( Ansa) no fim do ano passado

A Acron é uma empresa Russa com foco na produção e comercialização de fertilizantes, com vendas em mais de 60 países. Em 2017, o volume de vendas atingiu mais de 7,3 milhões de toneladas, com receitas consolidadas de US$ 1,6 bilhão e EBITDA de US$ 511 milhões de acordo com o International Financial Reporting Standards (IFRS). A Acron é uma sociedade anônima de capital aberto, com ações negociadas na Bolsa de Valores de Moscou e de Londres.

De acordo com o governador Reinaldo Azambuja, a UFN3 é fundamental para o estado, tanto pelo viés de uma nova matriz econômica quanto pelo gás natural, uma vez que a importação do gás boliviano ocorre por MS. “Se a Acron fechar efetivamente a compra, ela terá de consumir 2,2 milhões de metros cúbicos. O grupo russo já está procurando uma contratação direta com a Bolívia para aquisição. A fábrica não funciona sem o gás natural. Isso beneficia o Estado em termos de incremento de arrecadação, além dos empregos diretos a serem gerados e ativação da economia”, pontuou o governador.

A notícia foi comemorada também pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck. Para ele, o anúncio de desinvestimentos no Setor de Fertilizantes feito pela Petrobras é fundamental para o desenvolvimento econômico de Mato Groso do Sul e estratégico para o Brasil, pois oferece condições de o País fazer uma substituição em um importante item das importações.

“O mercado da UFN3 é o agronegócio, setor da economia brasileira que tem demonstrado o maior crescimento nos últimos anos. Além disso, a fábrica está localizada no Centro-Oeste, próxima aos mercados consumidores. É o agronegócio que tem a necessidade dessas matérias primas. Essa junção de fatores torna esse empreendimento tão importante para a economia sul-mato-grossense”, comentou.

 

Sob o ponto de vista do desenvolvimento industrial, o titular da Semagro lembra que a UFN3 “é uma planta fundamental a ser retomada, pois caracteriza uma diversificação da base econômica. Temos ainda, ao lado da fábrica, um distrito industrial que já foi constituído pela prefeitura de Três Lagoas, preparado para atrair misturadoras de fertilizantes, indústrias que precisam dessa produção de ureia nitrogenada e CO2 como matéria prima. Nossa ideia é conseguir vender não somente ureia para as empresas já instaladas, mas também que possamos atrair próximo da UFN3 um núcleo específico de fábricas de fertilizantes e misturadoras”.

As obras da fábrica em Três Lagoas começaram em 2011 e foram paralisadas em dezembro de 2014, com 81% concluídas, quando a estatal rescindiu contrato com o consórcio responsável pela construção alegando não cumprimento do contrato. Assim que concluída, a unidade terá capacidade para produzir 3.600 toneladas/dia de ureia, 2.200 toneladas/dia de amônia e 290 toneladas/dia de gás carbônico.

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