Para presidente do Fonacate, reforma foi pautada em estigmas e fake news

Publicado em: 10 set 2020

Dirigente do Fórum das Carreiras de Estado ressalta que é covardia o governo encaminhar a reforma quando boa parte dos servidores está na linha de frente do combate à pandemia

 

Contrário à reforma administrativa proposta pelo governo por meio da PEC 32, o presidente do Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, alertou que o texto foi pautado em estigmas e fake news. “São tantas as mentiras que servidores públicos são agredidos, porque dizem que a máquina é ineficiente por completo. Há exemplos de excelência, veja o Banco Central, lançando o PIX (sistema automático de pagamento), e os pesquisadores das universidade públicas”, exemplificou, ao participar do Correio Talks, nesta quarta-feira (9/9) sobre a reforma administrativa.

O sindicalista considerou covardia o governo encaminhar a proposta neste momento, quando muitos servidores estão na linha de frente no combate à pandemia. “São médicos, enfermeiros, pesquisadores, professores se virando no ensino à distância. Como esse contingente de trabalhadores vai parar tudo para debater um texto que, no nosso entendimento, é ruim?”, indagou.

Marques afirmou que a proposta não moderniza as regras do funcionalismo. “Pelo contrário, precariza as relações de trabalho, uberiza o serviço público. É uma reforma de RH (recursos humanos) mal feita, que não indica qualquer economia e em que medida o serviço público vai ser melhorado se for aprovada como está. Além disso, não foi discutida com as entidades de classe. Só nos deixa uma alternativa, que é rejeitar”, pontuou.

Explosão de gastos

O presidente do Fonacate disse, ainda, que, no lançamento da PEC, o governo alegou que houve explosão de gastos, de R$ 44 bilhões para R$ 109 bilhões, um aumento de 145%. Só que pegaram dado nominal. Isso é um desrespeito com todos nós que temos capacidade crítica”, alertou. “Nossa função como dirigente é buscar o diálogo, mas tem que se dar em cima de parâmetros reais. Não dá para negociar com quem distorce dados e ataca o serviço público”, sustentou.

Marques também repudiou que a reforma administrativa seja prioridade neste momento. “A prioridade é parar de morrer gente. Não vai se fazer isso com a reforma administrativa. É preciso um projeto de desenvolvimento da nação para a retomada econômica. Temos que parar de enrolar a sociedade”, completou.

 

 

Fonte: Correio Braziliense

 
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