O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que os bons resultados das reformas estruturantes, iniciadas em 2016, estão na “inércia”, em uma crítica ao governo atual.
“Foi um boom de reformas. São reformas que dão lastro para a economia brasileira, então os bons resultados da economia que se dão hoje são por inércia. Estamos vendo o governo jogando bons fundamentos fora com uma agenda de descontrole fiscal”, afirmou o governador durante o Investment Managers Forum, realizado pelo banco UBS em São Paulo, nesta segunda-feira (11).
“Estamos perdendo oportunidade. Estamos deixando de fazer o que deveríamos fazer e deixando de andar na direção certa. Dá para mexer duas ou três alavancas e colocar a coisa no rumo certo novamente. É necessário discutir a desindexação do mínimo, tem que falar de desvinculação de receitas e temos que falar de uma reforma administrativa que imponha um corte de gastos.”
Um risco que poderia ser uma oportunidade, diz Tarcísio
Na avaliação do governador de São Paulo, a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos poderia ser uma oportunidade para o Brasil.
“Temos que saber nos posicionar para transformar o que é um risco em uma oportunidade. Vamos ver elevação de alíquotas e políticas protecionistas. Com pragmatismo, podemos ter bons resultados”, disse Tarcísio.
Segundo ele, o Brasil poderia “andar muito melhor”.
“O Brasil está andando de lado. Se pensarmos nas reservas internacionais, superávit em balança, nas reformas construídas nos últimos anos para dar um grande salto, além de aproveitar essas oportunidades em transição energética e do conhecimento que estão emergindo. Mas insistimos em tomar o caminho errado”, afirmou Tarcísio, em crítica ao governo federal.
Investimentos e agenda de privatizações em São Paulo
O governador de São Paulo ainda disse que os investimentos na expansão do transporte metroviário serão “sem precedentes”. “Em 50 anos, a expansão de trens, da CPTM, e do metrô foi de 104 quilômetros. Em 2026, serão 54 quilômetros em obras.”
O governador também afirmou que fazer um centro administrativo no bairro de Campos Elíseos, na região central da capital paulista, ainda é “uma ambição”. “É um projeto de quase R$ 5 bilhões e é um recado do Estado para a iniciativa privada”, disse.
Além disso, Tarcísio afirmou que, se não fosse Ricardo Nunes na prefeitura de São Paulo, a privatização da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) não teria sido realizada, concluída em julho deste ano.
Ele ainda destacou projetos em parceria com a prefeitura paulistana.
“Tem um programa habitacional muito forte e na educação — principalmente, no que diz respeito aos primeiros anos —, […] e tem a compatibilização das regulações de saúde. Tem que falar a mesma língua para funcionar e fica muito fácil trabalhar com o prefeito que tem sido parceiro.”