Reunião em Corumbá discute implantação da Ferrovia Transamericana

Publicado em: 31 jul 2018

Campo Grande (MS) – O Governo federal vai incluir o Projeto da Ferrovia TransAmericana no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A garantia foi dada em reunião na segunda-feira (30) pelo secretário de Coordenação de Projetos do programa de Parcerias de Investimentos (PPI) Tarcíscio Freitas, durante a Reunião bilateral de Desenvolvimento Ferrovia Brasil-Bolívia em Corumbá. 

Matéria do Correio do Estado publicada no início de julho apontava que a malha ferroviária sequer constava no Plano Nacional de Logística (PNL), que define as diretrizes dos vários modais de transporte de carga até 2025. No relatório de acompanhamento do andamento dos empreendimentos do PPI apresentado no Congresso Nacional em maio deste ano – ao qual a reportagem teve acesso-, não constava a Ferrovia TransAmericana  nem o trecho da Malha Oeste administrada pela Rumo. 

O evento, promovido pelo Governo federal, com apoio do Governo do Estado e Prefeitura de Corumbá teve como objetivo discutir o projeto da Ferrovia Transamericana – modal logístico que engloba 1,6 mil km de malha, ligando o Porto de Santos a Corumbá e outros 600 km dentro da Bolívia, totalizando 2,4 mil km de linha férrea. 

Participaram o ministro de Obras Públicas, Serviços e Habitação da Bolívia, Milton Claros, o ministro João Carlos Parkinson de Castro, Chefe da Coordenação- Geral de Assuntos Econômicos de Latino-Americanos e Caribenhos – CGLAC/MRE, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, o secretário Jaime Verruck, da Semagro, o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes e outras autoridades e empresários. 

Viabilidade 

De acordo com o secretário de Estado de Produção, Jaime Verruck, o anúncio de qualificação da Malha Oeste foi reforçado pelo ministro Carlos Marun durante o evento. “Recebemos a confirmação do próprio Marun de que a Malha Oeste está qualificada no projeto e será incluída na PPI”, frisou Verruck, afirmando que o governo estadual quer incluir a recuperação da malha da Ferrovia TransAmericana no PPI para assegurar que parte dos R$ 6 bilhões que o Deutsche Bank (Banco Alemão) tem para financiar obras no Brasil possa ser destinada a este projeto. O grupo de investidores internacionais – que tem chineses e alemães – projetou em R$ 1,8 bilhão o valor a ser aplicado na recuperação desta linha férrea, que vai ligar o porto da cidade de Ilo, no Peru, ao Porto de Santos (SP), passando por Mato Grosso do Sul, pelos municípios de Corumbá, Campo Grande, Ponta Porã e Três Lagoas. 

Impulso 

O secretário destacou ainda que a ferrovia é o grande projeto para impulsionar a economia estadual. Na avaliação do governo, a ferrovia desponta como um corredor logístico integrado, conectando terminais, ferrovias e portos, entre eles o Porto Seco, em Três Lagoas (em andamento), e o Porto de Santos. Com ramais que vão da fronteira com a Bolívia até São Paulo, os produtos dessa região ganhariam patamar internacional, chegando a muitos países importadores. 

O estudo de viabilidade econômica mostrou que há potencial para que o modal escoe celulose, grãos (soja, milho e farelo), combustível, fertilizantes, ferro-gusa, minério de ferro, ureia, madeira e açúcar. Para que a ferrovia seja viável, é necessário o máximo de produtos passando por lá, mas não há ainda uma estimativa de carga anual. 

A viabilidade da ferrovia, no entanto, depende de vários fatores, como a prorrogação por mais 30 anos da concessão da Ferroeste à Rumo, de um road show com empresários, e o financiamento do empreendimento orçado previamente em 2 bilhões de dólares. 

“O importante para nós, neste momento, é o selo que podemos obter com a qualificação para atrair investidores ao projeto”, salientou.

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