MS exportou R$ 5,8 bilhões em 2018; soja e celulose se destacam

Publicado em: 08 jan 2019

Campo Grande (MS) – Estabelecendo mais um recorde de receita, Mato Grosso do Sul encerrou 2018 com US$ 5,69 bilhões em exportações, volume 18,9% superior ao mesmo período de 2017, quando as vendas ao comércio internacional renderam US$ 4,78 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O desempenho positivo foi puxado pelas vendas de soja ao exterior que somaram US$ 1,92 bilhão, desempenho cerca de 40,9% superior ao registrado em 2017. As vendas da oleaginosa representam 33,7% da receita total de MS. 

Em segundo lugar, aparece as exportações de celulose, que renderam US$ 1,89 bilhão – alta de 80,6% em relação ao ano retrasado. O produto detém 33,3% de participação no lucro total. 

“Ano passado, tivemos excelente desempenho de soja colhida por hectare, clima favorável para a produção na safra de 2017/2018,  preços internacionais firmes e a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que favoreceram nossas vendas”, destaca o consultor de empresas e especialista em mercado exterior, Aldo Barrigosse. “Quanto à celulose, seus preços internacionais por tonelada estão firmes. Ainda tivemos a duplicação a fábrica da Fibria, que fez duplicar nossas exportações deste produto. A tendência é aumentar este número nos próximos anos, pois temos a possibilidade de mais investimentos no setor”, prevê. 

Ele ressalta que o recorde de MS poderia ter sido ainda maior. “Se não tivéssemos tido redução do embarque das carnes, açúcar e milho, iríamos superar US$ 6 bilhões exportados”. 

Carnes 

A receita com a carne bovina ficou em US$ 546 milhões, incremento relativamente tímido de US$ 34 milhões, diante dos US$ 512 milhões obtidos na balança do ano anterior. Por outro lado, as vendas do frango sofreram queda de 9%, saindo de US$ 280 milhões para US$ 255 milhões. 

“As carnes sofreram o reflexo de 2017, da Operação Carne Fraca [da Polícia Federal]. Grandes indústrias do seguimento foram envolvidas nessa operação e o mercado ainda não se recuperou. Esse episódio enfraqueceu nossa imagem como grandes exportadores de proteína animal e vamos levar um tempo agora para recuperar esse mercado”, reflete Barrigosse. 

“É importante destacar que 80% da produção de carne bovina é consumida no mercado brasileiro e apenas 20% são exportados”.O especialista aponta, contudo, que existem expectativas positivas para este ano. “A Rússia reabriu o mercado para carnes suína e bovina do Brasil”, destaca. 

Queda 

O milho e a cana-de-açúcar tiveram desempenhos negativos em 2018, em comparação com 2017. As vendas do grão geraram receita de US$ 85 milhões no ano passado, queda de 74,3%, já que no ano retrasado o valor gerado foi de US$ 333 milhões. O motivo foi a quebra de produção ocorrida no Estado, em 2018, além das vendas ao mercado doméstico, que aumentaram. 

A cana também teve redução expressiva: 64,6%, saindo de US$ 502 milhões para US$ 177 milhões. “Temos três motivos para essa retração: primeiro, a queda de produção; segundo, mercado interno mais rentável que o externo; e, terceiro, as indústrias de açúcar estão preferindo produzir mais etanol que açúcar. 

A tendência é o foco no mercado interno, pois nossa economia está reagindo [aumento de consumo doméstico]”, cita o especialista. 

Importações 

Ainda conforme relatório do Mdic, Mato Grosso do Sul registrou receita de US$ 2,75 bilhões em importações de janeiro a dezembro de 2018, valor 9,1% superior ao do mesmo intervalo de 2017 (US$ 2,52 bilhões). 

O gás natural, responsável por 55% da receita de importações do Estado, ampliou participação na pauta (em 2017, correspondia a 47%) e fechou com US$ 1,5 bilhão em 2018, diante de US$ 1,1 bilhão em 2017. 

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