Presidentes do Brasil e Paraguai assinam início de obras de pontes

Publicado em: 19 dez 2018

Campo Grande (MS) – O  presidente do  Brasil,  Michel  Temer,  e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, assinam sexta-feira, na fronteira entre os dois países, a  autorização  para  a  construção  de duas pontes financiadas pela Itaipu Binacional. O ato protocolar sera feito em área industrial da usina hidrelétrica. Uma das pontes será construída sobre o Rio Paraguai, ligando o município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, a Carmelo Peralta, no Paraguai. A outra  será construída no Rio Paraná, entre o bairro Porto Meira, em Foz do Iguaçu, e o município paraguaio de Puerto Franco, vizinho a Ciudad del Este, onde está localizada a Ponte Internacional da Amizade.   

O financiamento das pontes pela Itaipu Binacional foi autorizado por parecer  da Advocacia-Geral da União (AGU), assinado segunda-feira. Segundo  a  AGU, “as  duas  obras  fazem  parte  de acordos internacionais celebrados entre os dois países, mas ainda não foram realizadas em razão de restrições orçamentárias”. 

Ainda  de  acordo  com  a  AGU,  a construção das pontes está “em consonância com os atos  constitutivos da Itaipu Binacional, que admitem claramente  a  possibilidade  de realizar projetos com vistas a desenvolver infraestruturas não diretamente relacionadas às instalações da organização, mas  relacionadas  ao  bem-estar  da  comunidade local e ao desenvolvimento regional, de modo que tanto a segunda (em Foz) quanto a terceira ponte (no MS)  em  questão estariam abarcadas em suas diretrizes e objetivos estratégicos”.  O  parecer  da AGU era o último detalhe jurídico que faltava para que os  presidentes do Brasil e do Paraguai pudessem assinar a autorização para a  obra. 

As  obras não devem  onerar  o custo da energia comercializado pela hidrelétrica  binacional, pois a tarifa de Itaipu está congelada em dólar e não    previsão de reajuste. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Marcos Stamm, afirma  que  o financiamento das pontes pela usina “vai desonerar o Tesouro, sem nenhum custo adicional para o consumidor de energia”. 

O custo total previsto para essas duas pontes é de US$ 270 milhões, pouco  mais  de  R$  1 bilhão,investidos ao longo dos próximos dois anos e meio a três anos, prazo também previsto para a conclusão das obras. Pelo que foi acordado entre os dois governos e pela diretoria de Itaipu, a parte paraguaia da usina financiará a construção da ponte no Mato Grosso do Sul e a  margem  brasileira  entrará  com recursos para a ponte em Foz do Iguaçu. 

Agora,  os  projetos  devem  ficar  a  cargo  do  Departamento  Nacional de Infraestrutura  (Dnit). Os procedimentos  para a  construção  devem  ser iniciados já a partir do ano que vem. 

Exportação e importação 

 A ponte sobre o Rio Paraguai, que ligará o MS ao  Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, será fundamental para criar uma nova rota de exportação e importação. Para os produtores de grãos do  Estado,  será criada uma nova logística de transporte, já que a ponte é uma das bases fundamentais para a ligação com os portos do Pacífico, depois de  atravessar  todo  o  Paraguai,  que  se  tornará  um  “hub” regional de exportação e importação. 

O país já está desenvolvendo obras rodoviárias para permitir o acesso de  MS  aos  portos chilenos, o que, para os produtores, representará  uma  redução nos custos de exportação para os países da Ásia, principalmente.  A criação da nova rota para o Pacífico também incrementará as  importações  e  exportações,  tanto  da  Ásia  quanto  entre  os países vizinhos, como o Chile, a Bolívia e a Argentina, além do próprio Paraguai.

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