Para evitar mais golpes, sindicato negocia com banco e governo

Publicado em: 31 mar 2022

Campo Grande (MS) – Para inibir a aplicação de golpes contra servidores públicos, a diretoria do Sindifisco-MS (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Mato Grosso do Sul) se reuniu com representantes do BB (Banco do Brasil), da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda) e do Governo do Estado na última semana. No início deste mês o Campo Grande News noticiou que auditores fiscais do Estado sofreram fraude em portabilidade salarial.

Caso – Em fevereiro deste ano, três vítimas tiveram a conta-salário transferida do Banco do Brasil para o Nubank sem autorização através da abertura de conta digital com dados pessoais dos auditores. Com a portabilidade, os servidores ficaram sem receber o salário deles de fevereiro. “Nosso objetivo é inibir ações como essas e evitar que outros colegas sejam prejudicados”, afirma o presidente do sindicato, Cloves Silva.

“No decorrer do mês de março soubemos de várias outras situações de tentativa de fraude contra outros colegas. Ao que parece, o foco foram apenas os auditores fiscais do Estado. Por isso, nos reunimos com o Banco do Brasil e a Secretaria de Segurança Pública para construir um  entendimento sobre a situação. Ficou acordado que, daqui para frente, nenhuma portabilidade será realizada sem que haja confirmação com o servidor público”, detalha Silva.

Presidente do Sindifisco-MS, Cloves Silva.

O presidente ainda explica que será emitido um comunicado aos funcionários da Sefaz para que verifiquem seus vínculos bancários e observem se há alguma conta aberta com os dados deles, mas que eles desconhecem a origem. “Estamos tomando todos os cuidados para evitar novas fraudes, mesmo assim, estamos vulneráveis”, pontua.

Ressarcimento – Sobre os casos registrados aqui, o Banco do Brasil reconhece que o servidor não tem culpa e que houve uma falha de segurança, portanto, a financeira vai ressarcir o valor às vítimas e, caso surjam mais casos, também irão restituir os lesados, conforme explica Silva.

Origem do problema – “Tudo isso aconteceu porque recentemente houve abertura de uma resolução do Banco Central que facilitou o processo de portabilidade de salário. Com essa nova resolução, o banco de origem é obrigado a fazer a portabilidade. Como o banco de origem não entrou em contato com o cliente, a fraude acabou se concretizando”, esclarece o presidente.

Silva ainda explica que, para que outras pessoas não sejam vítimas desse tipo de golpe, é preciso haver mudança na resolução. “O processo precisa ser amarrado: ou o banco de origem comunica o cliente sobre o pedido de portabilidade, ou o banco de destino precisa confirmar com o cliente o recebimento da conta-salário”, finaliza. –

Fonte: CAMPO GRANDE NEWS

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