Campo Grande (MS) – Mais de 1.300 iniciativas em todo o Brasil, entre escolas do ensino médio e universidades, públicas e privadas, associações, cooperativas e órgãos da iniciativa privada cadastraram suas iniciativas de educação financeira no 2º Mapeamento Nacional das Iniciativas de Educação Financeira, realizado pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef). Os resultados foram apresentados nesta segunda-feira (14), durante o evento de abertura da 5ª Semana Nacional de Educação Financeira, em Brasília.
Um dos resultados do levantamento é o aumento do número de ações em escolas públicas. “Em 2013, as iniciativas ultrapassavam pouco mais de 30%. Em 2018, elas saltaram para 50%. Metade das iniciativas mapeadas são da área de educação formal. Mais: o número de ações cadastradas esse ano duplicou em relação ao último Mapeamento”, avalia Breno Barlach, gerente de projetos da Plano CDE, consultoria especializada contratada para conduzir o Mapeamento.
Para Fábio Coelho, Presidente do Conef, os bons resultados se devem ao engajamento do Governo e da sociedade civil com a causa da educação financeira. “A Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) pode incentivar parcerias de conteúdo e formação entre iniciativas digitais/nacionais e presenciais/locais”, complementa Fábio.
Claudia Forte, superintendente da AEF-Brasil, ressalta que as ações da ENEF ampliaram o acesso ao conteúdo e às tecnologias para promover o aprendizado dentro e fora da sala de aula. “A inclusão da educação financeira como tema transversal na nova Base Nacional Comum Curricular, vai impulsionar ainda mais essa movimentação”, conclui a executiva.
Mapeamento e Selo ENEF
Realizada entre os meses de fevereiro e março deste ano, a pesquisa mapeou 1383 iniciativas em todo o País, uma média de 70% acima do resultado alcançado no estudo anterior, realizado em 2013, que captou cerca de 800 ações. “Trata-se de uma radiografia do cenário da educação financeira no Brasil. O Mapeamento nos ajudará a conhecer detalhes das ações, levantar números e compreender sua abrangência, além de entender os desafios do setor”, esclarece Claudia.
Além do apoio para identificar o que acontece e quem promove as ações de educação financeira em todo o País, a pesquisa servirá como subsídio ao Conef para a distribuição do Selo ENEF, reconhecimento que identifica as iniciativas de educação financeira desenvolvidas por meio de ações de informação, formação e orientação, alinhadas com as diretrizes da ENEF.
Confira alguns resultados:
Perfil das Instituições
Gratuidade da Iniciativa – Número de iniciativas gratuitas duplicou em relação ao último Mapeamento.
Abrangência – Maior parte das iniciativas têm abrangência nacional ou municipal – são online ou local:
Obs: Parceria com a Secretaria de Educação do Tocantins gerou grande aumento de inciativas na região Norte.
Temas tratados – Mudanças comportamentais e planejamento são os temas mais abordados pelas iniciativas.
Impacto das iniciativas: mais de oito milhões de pessoas atingidas. Sem contar as iniciativas pequenas (até 500 pessoas)
Principais considerações do Mapeamento
- Orientações sobre consumo consciente e ferramentas para organização financeira são os temas principais;
- No eixo de formação, empreendedorismo é o tópico principal;
- Mudanças comportamentais e planejamento são os temas mais abordados pelas iniciativas;
- Apenas 40% das iniciativas têm avaliações. Metade delas faz avaliações em dois momentos;
- Em 2018, foram mapeadas 72% mais iniciativas do que em 2013;
- Esse aumento ocorreu principalmente pelo crescimento das iniciativas escolares, mas ainda há grande diversidade de instituições;
- Iniciativas on-line têm maior alcance, enquanto grande parte das iniciativas presenciais são locais – principalmente as iniciativas em escolas;
- Enquanto 66% das iniciativas atingem até 500 pessoas, 6% chegam a um total de oito milhões de pessoas;
- A ENEF pode incentivar parcerias de conteúdo e formação entre iniciativas digitais/nacionais e presenciais/locais;
- É importante incentivar iniciativas direcionadas a públicos mais vulneráveis, como analfabetos, com pouco ou nenhum uso do sistema financeiro e de menor renda.
- 30% das iniciativas contam com profissionais voluntários;
- Entre os professores em iniciativas escolares, apenas 31% passaram por cursos de capacitação. 15% das iniciativas são dedicadas à formação de professores em educação financeira;
- Parcerias com Secretarias de Educação são importantes para aumentar capacitação e cobertura da educação financeira.
Sobre a Semana ENEF
Realizada anualmente desde 2014, a Semana ENEF reúne diversas ações educacionais, gratuitas, presenciais e online, no período de 14 a 20 de maio. O objetivo é disseminar a educação financeira e previdenciária no país, além de contribuir para o fortalecimento da cidadania. Conheça as iniciativas disponíveis no site www.semanaenef.gov.br.
Sobre o CONEF
O Comitê Nacional de Educação Financeira é a entidade responsável pela coordenação da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), que integra entidades públicas e privadas interessadas em promover a educação financeira no Brasil. O Conef é composto por representantes do Banco Central, da CVM, da Susep, da Previc, do Ministério da Fazenda, do Ministério da Educação, do Ministério da Justiça, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), da Brasil, Bolsa e Balcão (B3), da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (Cnseg), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e do Sebrae. Conheça mais sobre a ENEF pelo site www.vidaedinheiro.gov.br.