Colheita de soja terá safra recorde com deve atingir 8,7 milhões de toneladas em MS
Campo Grande (MS) – Anunciado como promessa de nova rota para escoamento da produção de grãos de Mato Grosso do Sul, o pleno uso do Porto de Concepción, no Paraguai, esbarra hoje em problemas na passagem pela aduana para adquirir competitividade como corredor de exportação e importação. Em decorrência de operação padrão dos auditores fiscais da Receita Federal, realizada desde outubro do ano passado; e de movimento grevista dos analistas-tributários da instituição, deflagrada nesta semana, caminhões que demorariam em média três dias para fazer o desembaraço aduaneiro estão ficando até 30 dias parados na região de Ponta Porã, segundo informações da Prefeitura do município, que acompanha a situação com preocupação.
Somente no Governo do Estado, pedidos de 500 mil toneladas de soja, realizados por empresas de Mato Grosso do Sul, aguardavam nesta semana por liberação de embarque pelo porto paraguaio. No entanto, de acordo com a prefeitura do município que faz divisa com o país vizinho, os números podem ser ainda maiores, por causa da forte demanda chinesa, favorecida ainda pela quebra de safra argentina. “Temos demanda, mas não estamos conseguindo escoar por causa dessa dificuldade na Receita Federal”, destacou o vice-prefeito de Ponta Porã, Caio Augusto.
Para estimular a competitividade do porto, o governo paraguaio aprovou uma normativa, no início do ano, permitindo a entrada de caminhões bitrem na rota que vai de Pedro Juan Caballero a Concepción, totalizando 220 quilômetros. Embora o porto paraguaio tenha capacidade para receber 205 veículos de carga diariamente e a própria Receita trabalhe com capacidade de liberação de 35 caminhões/dia, ontem, pelo terceiro dia consecutivo, nenhum caminhão foi liberado na alfândega em decorrência da paralisação de servidores.