Campo Grande (MS) – Os casos confirmados do novo coronavírus têm se espalhado pelo Brasil. Já são 69, quase o dobro dos 35 de terça-feira. Mato Grosso do Sul continuava, ontem, com os mesmos sete casos suspeitos do dia anterior, mas os prognósticos dos especialistas são pelo pior: a médica infectologista da Santa Casa, Priscila Alexandrino, prevê que em até três semanas os primeiros casos sejam confirmados em Campo Grande.
Diante do avanço da doença, denominada Covid-19 e que tornou-se uma pandemia ontem, as autoridades de saúde já cogitam algumas alterações nos protocolos das unidades de saúde. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que as instituições de ensino precisam se planejar para algumas medidas emergenciais pontuais. Entre elas está a mudança no calendário das férias escolares. “[Vamos] deixar muito com os gestores a flexibilidade de adaptar e mandar sugestões [ao ministério], como mudar as férias. Pensem em um cenário de contingência. Esta é a melhor solução”, afirmou.
A secretária de Educação de Mato Grosso do Sul, Maria Cecília Amêndola da Mota, disse ao Correio do Estado que todos em sua pasta estão atentos sobre o avanço do novo coronavírus e suas consequências em áreas de aglomerações. “Isso ainda está em análise. Estamos aguardando as decisões nacionais”, disse.
Na Secretaria Estadual de Saúde, os protocolos continuam os mesmos, embora a possibilidade de a doença chegar em breve a Mato Grosso do Sul seja esperada por todos no órgão do governo.
Os sete casos suspeitos do Estado não apresentam quadro grave. Todos eles estão em isolamento domiciliar. São quatro pessoas em Campo Grande e outras três no interior: em Dourados, Aparecida do Taboado e Três Lagoas. No caso do paciente de Aparecida do Taboado, trata-se de um italiano que está a trabalho na cidade.
Em alguns países vizinhos, o novo coronavírus também chegou. No Paraguai, há um caso confirmado, e na Bolívia, ontem foram confirmados outros dois. O Paraguai suspendeu as aulas nas escolas e universidades por 15 dias.
DICAS
A infectologista da Santa Casa Priscila Alexandrino reafirmou ontem que o hospital está preparado para receber pacientes da Covid-19. Em Mato Grosso do Sul, o Hospital Universitário é o hospital de referência para atender a casos da doença, status que não impede a atuação da Santa Casa.
“Acredito que em 120 dias haverá uma diminuição dos casos no mundo, mas até lá, haverá um aumento. Por isso, recomendo às pessoas, sobretudo os idosos, que evitem viajar e ficar em locais com aglomerações de pessoas”, afirmou.