Campo Grande (MS) – O governo de Mato Grosso do Sul planeja para lançar, no dia 6 de março, um pacote de várias obras e infraestrutura orçado em mais de R$ 3 bilhões. Os investimentos devem contemplar os 79 municípios de Mato Grosso do Sul e serão financiados, em sua maioria, com recursos arrecadados por meio do Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário (Fundersul). Estão previstas a pavimentação de mais de 800 quilômetros de rodovias e vias urbanas e a reconstrução de outros 560 quilômetros, além de 130 pontes.
O projeto também contempla obras em outros setores, como o da saúde e educação, como a entrega dos hospitais de Dourados e Três Lagoas (totalmente equipados) e do pronto-socorro de Corumbá. A reforma de dezenas de escolas estaduais também está incluída no pacote. Além do Fundersul, que deve absorver as obras de infraestrutura, estão previstos recursos do caixa do governo para os empreendimentos em outros setores.
A intenção de lançar o pacote havia sido revelada no ano passado, pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O programa só não foi oficialmente divulgado, porque as equipes da Secretaria de Governo e Planejamento Estratégico e da Secretária de Infraestrutura (Seinfra) ainda não fecharam o número exato de obras e os projetos e detalhes técnicos de cada uma delas.
A meta do governo do Estado é proporcional à cifra prevista em investimentos. “O planejamento para os próximos anos é pavimentar 800 km de rodovias novas. Reconstruir outros 560 km e construir mais 130 pontes de concreto, além de toda a manutenção nas rodovias do Estado”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), em entrevista ao Correio do Estado, quando manifestou sua intenção de lançar o pacote.
Para lançar o pacote de obras, cujo nome ainda não foi divulgado, Azambuja espera reunir, pelo menos, 4 mil pessoas em evento no Pavilhão Albano Franco, em Campo Grande. A iniciativa, coordenada pelo secretário de articulação política Sérgio de Paula, tem objetivo de superar em números o MS Forte, programa de pouco menos de R$ 3 bilhões, feito em duas etapas, com empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pelo ex-governador André Puccinelli (MDB).
Campo Grande
A maioria dos recursos deve ser aplicada na revitalização e pavimentação de rodovias e na infraestrutura urbana das cidades. Em Campo Grande, por exemplo, Azambuja e o prefeito Marcos Trad (PSD) anunciaram, na sexta-feira (24), pelo menos duas das novas obras que entrarão no pacote: o recapeamento de quase toda a extensão da Avenida Mato Grosso, no trecho compreendido entre a Avenida Calógeras, no centro da Cidade, e a Rua Ceará, no Jardim dos Estados. Além disso, o Estado ajudará a prefeitura da Capital abrir uma nova fronteira urbana: a segunda ligação entre o conjunto das Moreninhas com o centro de Campo Grande, que passará pelos bairros Itamaracá e Rita Vieira.
Interior
No interior do Estado, o pacote de rodovias que receberão melhorias ainda não foi fechado, mas estão previstas obras nas zonas urbanas das maiores cidades, como Dourados, Três Lagoas, Corumbá e Ponta Porã. Entre as intervenções, está o recapeamento do trecho interligando as rodovias MS-166 e MS-270, com valor de R$ 54,8 milhões, entre as cidades de Ponta Porã e Antônio João, e também a ligação entre esta rodovia e a BR-267, no Distrito de Vista Alegre, em Maracaju. No sul do Estado, a população da região reivindica o recapeamento da MS-487. O governo do Estado ainda não confirmou se a obra está prevista no pacote.
Intervenções em andamento, como a pavimentação da MS-379, em Laguna Carapã, também devem entrar na lista de ações que serão executadas nestes próximos três anos, período que compreende o restante do segundo mandato de Reinaldo Azambuja.
A ligação entre a BR-267 e a ponte que será construída sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, também poderá ser incluída.
Essencial
Em dezembro, o governador exaltou a existência do Fundersul, como um fundo que possibilita a Mato Grosso do Sul investir em infraestrutura, em um período em que a maioria dos estados brasileiros utiliza boa parte de suas receitas com folha e despesas correntes.
“A maioria dos estados não consegue mais investir, e por que nós conseguimos? Porque temos um fundo rodoviário, pago pelo setor produtivo e pelo governo. Nos próximos três anos, serão investidos R$ 3 bilhões. Hoje a meta é aplicar 75% do valor arrecadado em rodovias”, afirmou.