Campo Grande (MS) – O Ministério da Infraestrutura apresentou ontem (18) um estudo de viabilidade técnico-econômica que visa à desestatização da Estrada de Ferro Paraná Oeste, mais conhecida como Ferroeste. De acordo com o governo do Estado, o relatório apresentado aponta a viabilidade do Corredor Oeste de Exportação.
O evento contou com a participação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e dos governadores do Paraná, Ratinho Júnior, e de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja.
Conforme o levantamento, Mato Grosso do Sul terá a maior redução de custo de transporte com a Nova Ferroeste, podendo chegar a 30% em relação ao frete rodoviário.
Além da apresentação do projeto de desestatização da Nova Ferroeste, o evento contou com a assinatura do contrato de concessão da área destinada à movimentação de veículos no Porto de Paranaguá (PR).
O modal será importante para escoar as riquezas produzidas em Mato Grosso do Sul, apontou o governador Reinaldo Azambuja. Que frisa a projeção do crescimento da área de agricultura em 1,8 milhão de hectares nos próximos anos, o que deve potencializar as exportações.
“Esse é um trabalho conjunto, com equipe da Ferroeste, do Paraná, de Mato Grosso do Sul e do Ministério da Infraestrutura. É um projeto essencial para dar competitividade. Hoje, o frete de Mato Grosso do Sul é rodoviário e o porto de Paranaguá já é o grande destino das riquezas do nosso Estado”, disse Azambuja.
A Nova Ferroeste vai ligar Maracaju ao porto de Paranaguá. O traçado será o seguinte: Maracaju, Amambai, Guaíra e Cascavel. Em Cascavel, haverá duas ramificações: uma indo a Foz do Iguaçu e a outra seguindo por Guarapuava, passando por Balsa Nova e chegando a Paranaguá.
Segundo informações da Agência Brasil, o Ministério da Infraestrutura informou que são esperados R$ 8 bilhões em investimentos. Tarcísio de Freitas defendeu o avanço da ferrovia até Mato Grosso do Sul, o que, segundo ele, “ligará umbilicalmente” o Estado com o Porto de Paranaguá.
“Tenho certeza de que, no futuro, estaremos capturando carga também no Paraguai”.Azambuja ressaltou que a ferrovia diminuirá o fluxo de cargas na BR-262, que, segundo ele, “está se deteriorando com as 300 carretas que passam todos os dias por ali”.
O governador do Paraná, Ratinho Júnior, elogiou as iniciativas implementadas por Freitas. “A Ferroeste será uma grande artéria de conexão com MS”, disse o paranaense.
IMPACTO
Coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes informou que a estrada Ferroeste terá impacto de R$ 206 bilhões na economia brasileira, o que corresponde a 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com Fagundes, 9 milhões de pessoas serão beneficiadas com o empreendimento, principalmente nos estados do Paraná, de Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
“A ferrovia terá influência direta em 427 cidades localizadas no Brasil, no Paraguai e na Argentina”. Indiretamente, este número aumenta para 925 municípios nos três países. “Se a ferrovia já estivesse funcionando, estaríamos trafegando 26 milhões de toneladas por ano, com um potencial de 38 milhões de toneladas”, acrescentou Fagundes.
MALHA
Ainda de acordo com a gestão estadual, o ministro afirmou ter recebido contato de muitos empresários interessados na licitação da Malha Oeste, que vai se conectar com a Ferroeste em Maracaju.
“Tivemos uma grande surpresa. O ministro disse que sistematicamente, toda semana, recebe grupo de investidores interessados na Malha Oeste. Isso nos deixou bastante empolgados”, afirmou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.
O governador ainda informou ter pedido ao senador Nelson Trad, que é líder do PSD no Senado e coordenador da bancada de MS, para colocar o PLS 261 como prioridade na pauta. O projeto de lei permite à iniciativa privada a construção e a operação de suas próprias ferrovias.
Em relação à Rota Bioceânica, o ministro da Infraestrutura assumiu o compromisso de pedir ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para antecipar a entrega dos projetos de acesso à ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, que seriam finalizados até o fim do ano pela empresa contratada.