Relator vota pela derrubada de autonomia do BC no STF

Publicado em: 21 jun 2021

Campo Grande (MS) – O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar no primeiro minuto desta sexta-feira a ação que analisa a validade da lei que deu autonomia ao Banco Central ao estabelecer mandatos fixos para o presidente e os oito diretores do órgão. O julgamento, porém, teve apenas um voto e foi suspenso por pedido de vista do ministro Luís Roberto Barroso.

Relator da ação proposta por PT e PSOL que questiona a mudança no sistema do Banco Central através de um projeto surgido no Senado, o ministro Ricardo Lewandowski votou pela derrubada da lei complementar 179, que instituiu a autonomia do Banco Central e estabeleceu que os mandatos do presidente e dos diretores do BC não vão mais coincidir com o do chefe do Executivo.

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Foto do presidente do BC, Roberto Campos Neto, tomando a primeira dose da vacina contra covid-19 bombou nas redes Foto: Reprodução do Twitter do ministro Marcelo Queiroga
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Lançado pelo BC no fim do ano passado, brasileiros fizeram do Pix uma inesperada rede social, com mimos, paquera e até 'nudes' Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Lançado pelo BC no fim do ano passado, brasileiros fizeram do Pix uma inesperada rede social, com mimos, paquera e até ‘nudes’ Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Algumas semanas depois de Gil do Vigor, ex-participante do BBB 21, dizer que sonha em se tornar presidente do BC, o ex-presidente da instituição Ilan Goldfajn disse que está disposto a conversar com o economista sobre o cargo Foto: Infoglobo
Algumas semanas depois de Gil do Vigor, ex-participante do BBB 21, dizer que sonha em se tornar presidente do BC, o ex-presidente da instituição Ilan Goldfajn disse que está disposto a conversar com o economista sobre o cargo Foto: Infoglobo
BC responde a Gil do Vigor sobre sua vontade de fazer parte da instituição Foto: Reprodução
BC responde a Gil do Vigor sobre sua vontade de fazer parte da instituição Foto: Reprodução
Nova nota de R$ 200 lançada pelo BC tem um lobo-guará estampado. Mas foi o vira-lata caramelo que serviu como garoto-propaganda Foto: Divulgação
Nova nota de R$ 200 lançada pelo BC tem um lobo-guará estampado. Mas foi o vira-lata caramelo que serviu como garoto-propaganda Foto: Divulgação
Pablo Vittar foi citada na votação para eleger quem deveria estampar a nota de R$ 200 Foto:  
Pablo Vittar foi citada na votação para eleger quem deveria estampar a nota de R$ 200 Foto:  

O julgamento — observado de perto pelo governo — ocorre no plenário virtual, onde cada ministro deposita o seu voto ao longo de uma semana, sem espaço para discussões.

Em seu voto, Lewandowski afirmou que “não se está debatendo se a autonomia do Banco Central é benfazeja ou deletéria para o destino da economia do País, nem se a decisão congressual nesse sentido foi ou não adequada”.

Para o ministro, o imbróglio está em “saber se, por iniciativa exclusivamente parlamentar, à luz dos ditames constitucionais, seria possível subtrair do Presidente da República o controle de algum órgão integrante da Administração Pública Federal, sem que tal fosse feito por meio de projeto de lei com origem no Poder Executivo”.

“Por isso, mostra-se evidente, a meu ver, que qualquer regra que discipline o modo de atuação da entidade em tela ou a maneira de admissão e demissão de seus dirigentes só pode ser formulada ou modificada por iniciativa do Presidente da República”, diz trecho do voto do relator, que acolheu o parecer emitido pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Lewandowski observou, ainda, que essa competência privativa ao presidente é garantida pela Constituição justamente com o intuito de evitar “indesejável balbúrdia na gestão da Administração Pública Federal, a qual ficaria sujeita aos humores cambiantes dos membros do Congresso capturados por maiorias ocasionais e, eventualmente, cambiantes no curto ou médio prazo”.

A lei foi sancionada em 24 de fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro, dando ao Banco Central status de “autarquia de natureza especial”, sem subordinação a qualquer ministério. Agora, após o pedido de vista de Barroso, o julgamento no STF não tem data para ser retomado.

Fonte: O Globo

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