Campo Grande (MS) – O governo de Javier Milei enviou ao Congresso na terça-feira (23) projeto de lei para alterar o teto de isenção de Imposto de Renda na Argentina. De acordo com o jornal El Clarín, o novo teto será de 1,3 milhão de pesos brutos mensais (cerca de R$ 5.600), bem menor que o atual, de R$ 2,340 milhões (15 salários mínimos ou cerca de R$ 10 mil).
Hoje, 98% dos trabalhadores não pagam IR. De acordo com o jornal, 800 mil voltarão a pagar o imposto se a mudança for aprovada. Outros 100 mil argentinos que já pagavam o tributo terão um desconto maior no salário.
No Brasil, o governo Lula vai no caminho oposto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que o teto de isenção vai subir para dois salários mínimos em 2024, ou seja, R$ 2.824. A atual tabela de IR isenta quem ganha até R$ 2.112. Mas um desconto automático no salário eleva o teto na prática para R$ 2.640.
Na Argentina, a isenção do Imposto de Renda para a grande maioria dos assalariados entrou em vigor em setembro do ano passado por meio de uma resolução baixada pelo então ministro da Economia, Sergio Massa.
Foi uma medida eleitoreira já que Massa era o candidato do governo anterior às eleições presidenciais, vencidas por Milei.
A resolução foi posteriormente aprovada pela maioria no Congresso, com o apoio de outros parlamentares, incluindo o então deputado Milei, que agora quer rever a medida.
De acordo com o Clarín, o imposto deixará de se chamar Imposto de Renda para passar a se chamar Imposto sobre os Rendimentos Pessoais. O governo não adiantou se haverá mudanças no regime de autônomos.
Fonte: O Globo