Campo Grande (MS) – A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, iniciou sua fala em evento promovido pela Amcham Brasil em São Paulo, paralelo ao encontro do G20, cumprimentando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Haddad por aprovar uma reforma tributária “histórica”.
Segundo ela, é vital que o Brasil crie condições para que o setor privado invista e cresça. Yellen diz que o país está particularmente bem posicionado para transição global para neutralidade de carbono.
Os EUA agora estão concentrados no crescimento da economia a longo prazo e empenhados em iniciativas multilaterais na região.
Ontem, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva também elogiou a política monetária do Brasil e classificou a reforma tributária como ‘histórica’.
“O Banco Central do Brasil foi um dos primeiros bancos centrais a elevar a taxa de juros, e depois a afrouxar a política à medida que a inflação recuou de volta em direção ao intervalo da meta”, afirma ela, em texto para o blog do FMI em que trata da agenda do G20.
O G20 reúne as 19 principais economias do mundo, além da União Europeia (UE) e da União Africana. A diretora-gerente do FMI diz que o G20 tem uma oportunidade importante de mudar o foco de apagar incêndios contra choques sucessivos para “uma agenda de médio prazo que apoie um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo”.
A diretora-gerente do FMI destacou que algumas tendências, como a inteligência artificial, trazem a promessa de aumentar a produtividade e melhorar as perspectivas de crescimento, um ponto muito importante. Ela lembra que as projeções do Fundo de médio prazo recuaram para o nível mais baixo em décadas, algo que afeta especialmente economias emergentes e em desenvolvimento.
Esses países passaram bem por sucessivos choques globais, apoiados por arranjos institucionais e de políticas mais fortes, mas as estimativas de expansão mais fraca tornaram mais distantes a convergência para os países desenvolvidos, afirma Georgieva.
Ela também aponta outros fatores que contribuem para tornar mais complexo o cenário global. Um deles é a fragmentação geoeconômica, que está se aprofundando, à medida que os países mudam o comércio e os fluxos de capitais, nota Georgieva. Além disso, os riscos climáticos estão aumentando e já afetam o desempenho econômico.
Para ela, os bancos centrais focam corretamente em terminar a tarefa de trazer a inflação de volta às metas, algo especialmente importante para famílias pobres e países de baixa renda que foram desproporcionalmente afetados pelos preços elevados. “Mas o progresso bem vindo na redução da inflação significa que a questão de quando e quanto baixar os juros terá que ser cuidadosamente considerada pelos principais bancos centrais neste ano”, diz Georgieva.
Segundo ela, como o núcleo da inflação permanece elevado em muitos países e riscos de alta de preços permanecem, as autoridades terão que examinar cautelosamente a evolução da tendência da inflação, evitando relaxar a política monetária muito cedo ou muito rápido.
“Mas, onde a inflação está claramente se movendo em direção às metas, os países devem garantir que os juros não sejam mantidos em níveis muito altos ou por muito tempo”, pondera a diretora-gerente do FMI. É nesse contexto que ela elogia a resposta antecipada e firme do BC brasileiro ao aumento da inflação durante a pandemia, afirmando que uma resposta ágil compensa.
Conteúdo originalmente publicado pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico
Fonte: Valor Econômico