Bancos sobem projeções, mas esperam recessão

Publicado em: 03 jun 2022

Campo Grande (MS) – Três grandes bancos melhoraram as projeções de crescimento para o PIB brasileiro este ano. O curioso é que, apesar das estimativas mais otimistas para 2022, a expectativa é de recessão no segundo semestre, ou seja, com duas quedas consecutivas no terceiro e no quarto trimestres.

A revisão mais significativa para a projeção de 2022 foi do banco francês BNP Paribas, que mudou seu número de -0,5% para 1,5%, uma diferença de dois pontos percentuais. O banco americano JP Morgan, por sua vez, elevou de 1% para 1,2%, enquanto o brasileiro Itaú, que já chegou a prever número negativo para 2021, subiu de 1% para 1,6%.

Além da melhora nos números, há outro ponto em comum na análise das três instituições. É o crescimento do primeiro e do segundo trimestres que vão garantir a média mais alta do ano.

Como já estamos em junho, o crescimento no nível de atividade praticamente já aconteceu, e o que virá pela frente, na vida real, será uma espécie de estagnação/recessão, provocada por três fatores, segundo o JP Morgan: aumento dos juros, cenário externo desfavorável e incertezas pelas eleições.

Pelas contas do banco, o PIB terá contração nos dois últimos trimestres. É também o que acha o Itaú Unibanco, que prevê recuos de 0,4% em ambos os períodos. O BNP explica que a alta dos juros irá atingir em cheio o crescimento econômico. Por isso, manteve projeção de crescimento zero para o PIB de 2023.

É praticamente consenso no mercado que o próximo presidente irá tomar posse com um quadro econômico de baixo crescimento e inflação elevada. Por isso, o ideal é que as propostas econômicas dos principais candidatos sejam apresentadas o quanto antes, para que, não só o mercado, mas o eleitor saiba qual rumo o país irá seguir.

  • Fonte: O Globo, Miriam Leitão
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