Com pacote de US$ 1,9 tri, Biden coloca a classe trabalhadora em foco

Publicado em: 08 mar 2021

Campo Grande (MS) – O pacote de ajuda de US$ 1,9 trilhão do democrata Joe Biden representa um giro de 180 graus em relação ao que foi a Presidência do republicano Donald Trump. Enquanto Trump em seu primeiro ano de governo aprovou uma reforma fiscal que beneficiou os americanos mais ricos e as grandes empresas com cortes nos impostos, a política inicial de Biden teve como alvo os trabalhadores americanos de renda mais baixa.

Com o pacote de Biden, os EUA terão gasto cerca de US$ 5 trilhões em programas de ajuda econômica contra a pandemia de covid-19. Isso equivale a cerca de 25% do PIB americano.

Apesar dos protestos da oposição republicana e de críticas de alguns economistas democratas, com o ex-secretário de Tesouro Larry Summers, sobre os riscos inflacionários do segundo maior pacote de ajuda da história do país, o plano de Biden tem ampla aprovação da maioria da população, incluindo alguns eleitores conservadores. O coro por mais ajuda federal para enfrentar o impacto da covid-19 reúne ainda governos estaduais e locais de ambos os partidos, assim como grupos empresariais de todos os setores da economia.

O governo Biden rebate as críticas sobre o tamanho excessivo do pacote destacando que o mercado de trabalho americano perdeu 9,5 milhões de empregos desde o início da pandemia e que o desemprego afeta especialmente trabalhadores de baixa renda. Eles também ressaltam que grupos minoritários, como negros e latinos, sofrem um impacto econômico desproporcionalmente mais forte em relação aos brancos.

Além das provisões para dar suporte à vacinação e aos programas de testagem, o pacote de Biden inclui algumas antigas prioridades democratas que beneficiam as famílias de baixa renda, tenham elas sido financeiramente prejudicadas pela pandemia ou não. Além dos créditos fiscais, o projeto de lei eleva os subsídios para creches, amplia a elegibilidade sob a Lei Federal de Assistência Médica Acessível — o Obamacare — e expande o vale-refeição, auxílio para aluguel e benefícios de desemprego. Biden também tentou incluir um salário mínimo de US$ 15 no texto, mas que não avançou no Senado.

“Para o presidente, o plano é mais do que uma proposta de estímulo [econômico]. É uma declaração de sua política econômica, que captura o princípio que economistas democratas e de esquerda adotaram na última década: que a melhor maneira de estimular um crescimento econômico mais rápido é de baixo para cima”, segundo o “New York Times”.

 

Fonte: Valor Econômico

 

 
 
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