Campo Grande (MS) – O governo do presidente Jair Bolsonaro começou há apenas cinco meses, e já tem um dia decisivo em termos fiscais nesta quarta-feira, quando o Congresso deve decidir se libera ou não créditos extras para o país fechar as contas.
O governo precisa de quase 249 bilhões de reais, valores que seriam obtidos emitindo títulos da dívida pública. A Constituição só permite novas dívidas para despesas correntes com autorização do Congresso, em um mecanismo batizado como “regra de ouro”.
Está previsto que a Comissão Mista do Orçamento, que conta com deputados e senadores, discuta nesta quarta-feira a pauta, disposta no Projeto de Lei (PLN) 4/2019. O relator, deputado federal Hildo Rocha (MDB-MA), apresentou parecer favorável aos créditos, e a expectativa do governo é que a votação aconteça logo após a leitura de seu relatório.
Sem a ajuda do Congresso, o governo do presidente Jair Bolsonaro pode bater no teto de gastos (que limita o aumento das despesas à inflação do ano anterior) em menos de 15 dias. Com isso, cometeria crime de responsabilidade fiscal, o que, no limite, pode levar ao impeachment do presidente.
O governo precisa do dinheiro para o pagar aposentadorias de servidores públicos (que consumiria 81% dos gastos dos créditos extras), Benefício de Prestação Continuada (pagamento para idosos e pessoas com deficiência com renda muito baixa) e Bolsa Família.