Campo Grande (MS) – A partir desta semana, o México abre as portas para ampliação da importação de carne bovina brasileira, segundo divulgado nesta terça-feira (07) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Mato Grosso do Sul está entre os estados brasileiros com autorização para integrar a comercialização.
Segundo o ministro da pasta, Carlos Fávaro, após 12 anos de negociação entre Brasil e México, este fato trata-se de um momento histórico para as relações comerciais brasileiras, sobretudo no que diz respeito à carne bovina.
“O Brasil mostra a potência e a grandiosidade da sua pecuária e a expansão de mercados está se tornando uma grande oportunidade para a retomada do crescimento desta atividade econômica. Habilitar 34 plantas frigoríficas para o México é um sonho de mais de uma década que o Brasil tinha e conseguimos realizar”, detalhou.
Conforme o Mapa, o governo mexicano publicou na noite desta segunda-feira (06) os requisitos zoosanitários para a importação da carne bovina brasileira. Com isso, a pasta concluiu a negociação iniciada há mais de 12 anos para efetivar a comercialização do produto entre os países latino-americanos.
Dessa forma, com os critérios definidos pelo México, poderão ser exportadas a carne bovina proveniente dos estados brasileiros que possuem reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Além disso, os estados que estão na zona livre de febre aftosa e os que possuem a carne maturada e desossada, também poderão integrar a comercialização, são 14 estados brasileiros ao todo.
“Vivemos um bom momento, o humor do mundo se tornou favorável ao Brasil, a partir da posse do presidente Lula”, destacou o ministro da Mapa ao lembrar que, somente em 2023, foram habilitadas plantas frigoríficas para a exportação para a Indonésia e derrubadas as suspensões de mais três frigoríficos para a comercialização aos chineses.
Exportações
O Brasil já exportava carne bovina ao México há alum tempo, apesar de serem volumes insignificantes.
Conforme as informações dispostas pelo analista chefe da equipe de pecuária de corte da Rural Business, Julio Brissac, os números do Ministério da Economia (ME) pontuam, por exemplo, que as exportações de carne bovina brasileira ao México, em 2022, foram de apenas 5,49 toneladas.
Apesar disso e ainda conforme Julio, este número é cerca de 72,4% menor que as exportações registrada em 2021, já que foram quase 20 toneladas de carne bovina exportadas ao México, naquele ano.
“Importante observar que em 11 anos analisados pela nossa equipe podemos ver que o maior volume exportado para o México foi de 388,10 toneladas, no ano de 2007”, pontua o analista.
Na prática, os frigoríficos faturaram cerca de 1,1 milhão de dólares em 2007, segundo Brissac. O analista relembra que os dados são preliminares e passíveis de alterações.
Estados que podem integrar a comercialização com o México
Conforme publicado pelo Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Alimentar do México (Senasica) na segunda-feira (06), os critérios zoosanitários para a importação de carne bovina brasileira, de forma segura, definem duas regiões do Brasil para a comercialização.
A primeira refere-se a Santa Catarina, que, segundo a OMSA, possui status sanitário livre de febre aftosa sem vacinação. Dessa forma, o estado poderá exportar carne com osso fresca, refrigerada ou congelada, ao México.
No que diz respeito à segunda região brasileira, a abrangência é maior. Assim, outras 14 unidades federativas ficam liberadas para a exportação e o estado de MS está entre eles.
São eles: Bahia; Distrito Federal; Espírito Santo; Goiás; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Minas Gerais; Paraná; Rio Grande do Sul; Rio de Janeiro; Rondônia; São Paulo; Sergipe e Tocantins, reconhecida pela OMSA com o status de livre de febre aftosa com vacinação. Segundo os técnicos da Direção-Geral de Sanidade Animal (DGSA), para eliminar qualquer risco sanitário relacionado com a febre aftosa, os produtores desses 14 estados poderão exportar para o México apenas carne maturada e desossada, a mesma exigência imposta recentemente à Argentina e há 17 anos para importar carne do Uruguai.
Vaca louca
Sobre o caso suspeito de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), chamada também de “mal da vaca louca”, detectado pela autoridade sanitária do Brasil no fim de fevereiro em um animal de nove anos do município de Marabá, no Pará, o Senasica informou que em 3 de março foi comunicado pelo Ministério da Agricultura brasileiro que o laboratório de referência da OMSA localizado em Alberta, no Canadá, confirmou que se trata de um caso isolado de EEB atípica tipo H.
Fonte: Correio do Estado