Campo Grande (MS) – O dólar caía 1,45%, cotado a R$ 5,091, por volta das 11h30 desta terça-feira (23), refletindo um fluxo favorável de entrada de investimentos estrangeiros no Brasil ligado à perspectiva de um aumento da demanda chinesa por commodities.
No mesmo horário, o Ibovespa avançava 1,6%, aos 112.269 pontos, beneficiado pela perspectiva positiva para as commodities, com as ações ligadas ao petróleo e ao minério de ferro entre as principais altas do dia.
A economia da China deu novos sinais de desaceleração neste mês, e o governo intensificou esforços para aquecer a atividade, com cortes de juros. A expectativa do mercado é que as medidas aumentem a compra de produtos exportados por países como o Brasil, além de uma demanda maior por commodities agrícolas conforme a nação enfrenta uma forte seca, reduzindo sua produção própria.
No radar dos investidores nesta semana, ocorrerá a divulgação de novos dados de inflação nos Estados Unidos que podem dar pistas sobre os próximos passos do ciclo de alta de juros no país, assim como um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
Os dirigentes do Fed já indicaram que as próximas elevações de juros serão feitas dependendo dos dados que forem divulgados entre cada reunião, com isso reforçando o peso de indicadores e a influência desses dados no comportamento e apostas do mercado.
Na segunda-feira (22), o dólar teve queda de 0,09%, a R$ 5,164. Já o Ibovespa caiu 0,89%, aos 110.500,53 pontos.
Sentimento global
A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo da expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.
O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que poderia realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, que impacta a demanda do país por commodities.
No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto. Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, ainda podendo ser prejudicados caso haja uma retomada do pessimismo.
Fonte: CNN Brasil (Com informações da Reuters)