Ministério da Fazenda ponderou que a expectativa é de desaceleração no crescimento do próximo trimestre, repercutindo a situação no RS
O Ministério da Fazenda informou que, mesmo com o resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB), de 0,8% no primeiro trimestre (de janeiro a março) deste ano, “restam incertezas a respeito da estimativa de crescimento para 2024”. O resultado divulgado nesta terça-feira (4/6) foi similar ao projetado pela Secretaria de Política Econômica, da Fazenda, responsável por essas estimativas dentro do governo.A pasta chefiada pelo ministro Fernando Haddad ressaltou que, apesar da recuperação observada, a expectativa é de desaceleração no ritmo de crescimento no próximo trimestre (abril, maio e junho), “repercutindo a calamidade no Rio Grande do Sul”.
“A agropecuária e a indústria de transformação devem ser atividades especialmente afetadas, uma vez que são proporcionalmente mais importantes no PIB do estado que no PIB nacional. No setor de serviços, atividades como transportes e outras atividades de serviços também devem ser impactadas pela calamidade, repercutindo a piora da mobilidade e as restrições no provimento de serviços pessoais, de alimentação e de alojamentos”, projetou a Secretaria de Política Econômica.
O ministério ponderou que medidas de auxílio fiscal e de crédito devem auxiliar a mitigar os impactos negativos desse episódio, mas seus efeitos devem se diluir ao longo deste e dos próximos trimestres.Resultado do PIBSegundo divulgado na manhã desta terça pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB brasileiro cresceu 0,8% no primeiro trimestre de 2024, na comparação com o quarto trimestre de 2023. Pela ótica da produção, os destaques foram os serviços (1,4%) e a agropecuária (11,3%), enquanto a indústria ficou estável (-0,1%). O número ficou dentro do consenso do mercado, que previa exatos 0,8%.
O PIB, que representa a soma dos produtos e serviços finais do país em determinado período, totalizou R$ 2,7 trilhões no primeiro trimestre de 2024. No mesmo período, a taxa de investimento foi de 16,9% do PIB, abaixo dos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de poupança foi de 16,2%, ante 17,5% no mesmo trimestre de 2023.
Em relação ao primeiro trimestre de 2023, o PIB avançou 2,5%. A indústria (2,8%) e os serviços (3,0%) cresceram no período, enquanto a agropecuária (-3,0%) recuou.