Campo Grande (MS) – O governo deve economizar R$ 400 bilhões em juros em quatro anos, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, na Premiação Melhores e Maiores 2020 da Revista Exame.
Já foram economizados R$ 80 bilhões no primeiro ano e R$ 120 bilhões no segundo. São esperados mais R$ 100 bilhões em cada um dos próximos dois anos.
Isso foi possível pela mudança do mix da política econômica: fiscal mais apertado e monetário um pouco mais frouxo, disse.
Ele voltou a defender a manutenção do teto de gastos, “enquanto não tivermos coragem de conter o piso”. O teto, disse ele, “não tem paredes” — que são as medidas que permitirão conter o crescimento dos gastos obrigatórios e dar mais liberdade na gestão de recursos orçamentários. “A saída fácil é furar o teto, não faremos isso.”
Ele repetiu que é preciso sair da armadilha de baixo crescimento. “Temos juros estruturalmente mais baixos e câmbio de equilíbrio um pouco mais alto”, comentou.
Do ponto de vista da Economia, segundo Guedes, o Brasil “foi ao inferno e voltou em três meses”. O retorno ocorre em todos os setores. “Não há como falsificar os dados”, alegou.
O ministro reafirmou que o governo vai derrubar a relação dívida/PIB em 2021. “Vamos aumentar o crédito para o setor privado e democratizar o crédito”, disse. Guedes ressaltou o processo de digitalização de serviços do governo e informou que está em construção uma identidade digital. A digitalização está ajudando a reduzir fraudes que, segundo o ministro, “são colossais no Brasil”.
O Bolsa Família, comentou o ministro, era uma base interessante que permitiu ampliação do auxílio emergencial.
Ele também repetiu que o ano de 2020 seria “um ano em que o Brasil decolaria”, quando fomos atingidos pelo coronavírus.
O ministro rememorou que o ano começou com expectativas favoráveis, depois que em 2019 foi aprovada a reforma da Previdência e apresentadas propostas para o pacto federativo, a reforma administrativa e a reforma tributária já encaminhada.
Com a pandemia, ele disse que governo direcionou esforços para proteger os mais vulneráveis e manter a economia em funcionamento.
Segundo ele, o governo vê 2021 como ano de forte recuperação cíclica. “O Brasil deve crescer ente 3% e 4%, podemos surpreender para mais.”
“A boa notícia é que Brasil está voltando, pandemia está descendo, vacina está chegando”, disse. O desafio, é transformar essa recuperação cíclica em uma retomada sustentada.
Fonte: Valor Econômico