Campo Grande (MS) – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que a economia do governo com a reforma administrativa em dez anos pode chegar a R$ 450 bilhões. Isso deve acontecer porque a taxa de reposição (contratação de servidores para fazer frente aos aposentados) está em 26%. A estimativa inicial do governo era de economia de R$ 300 bilhões em de anos com taxa de reposição de 70%.
No início de setembro, o governo Bolsonaro encaminhou ao Congresso uma proposta de reforma administrativa, que não inclui os atuais servidores e membros de outros Poderes. “Como disse o presidente da Câmara [Rodrigo Maia], nós mantivemos os direitos do funcionalismo atual, lançamos a base de um funcionalismo futuro, com muito mais meritocracia e avaliação de resultados”, disse Guedes, em abertura de seminário virtual promovido pelo IDP.
Com a proposta, ao longo dos anos, dependendo das carreiras dos cargos típicos de Estado, haverá a decisão sobre “se precisa de seis anos, sete anos para adquirir estabilidade”, disse. “A Receita Federal pode ser que sejam quatro anos. No Itamaraty pode ser que sejam oito anos. Cada um é que vai definir os quadros desse funcionalismo futuro”, afirmou.
Guedes disse ainda que “o Brasil está muito bem visto lá fora”. Essa foi a percepção que teve da reunião virtual que participou ontem com ministros de Finanças e presidentes de Banco Central (BC) no G-20. Ele ressaltou que a pandemia pegou o país de surpresa, mas, sem haver combinação entre os Poderes, houve uma resposta “fulminante”. Por isso, o Brasil voltou a crescer em “velocidade alucinante” e em “V”, de acordo com ele.
Ainda ontem, o presidente Jair Bolsonaro atribuiu à equipe de Guedes o protagonismo das medidas que estão ajudando o Brasil a atravessar um momento “muito difícil”. “Graças à equipe do Paulo Guedes estamos superando este momento. Graças ao trabalho da equipe da Economia nossa nós conseguimos mitigar esse problema”, afirmou.
Guedes afirmou que, “apesar de aparente desentendimento”, há mais convergências do que divergências entre ele e Maia. Além disso, defendeu a aprovação de uma versão mais ampla do Pacto Federativo para que a classe política volte a ter o poder de decisão na alocação de recursos. Isso evitaria que 4% do Orçamento (que não tá indexado) fique nas mãos de ministros que correm de um lado para o outro tentando furar o teto de gastos.
Fonte: Valor Econômico