Juros reais caem, mas dão pouco alívio para economia

Publicado em: 27 mar 2023

Campo Grande (MS) – A taxa real de juros, que é a diferença entre as expectativas para a taxa básica e as projeções de inflação, caiu nos últimos meses, mas continua em níveis historicamente elevados e exercendo forte pressão sobre a atividade econômica.

O juro real recuou do patamar de 7,7% ao ano no final de 2022 para cerca de 7% nesta semana, segundo o economista Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da administradora, corretora e gestora Warren Rena. Patamar bem superior à taxa considerada “neutra” pelo Banco Central (4% ao ano), aquela que em tese não estimula nem contrai a demanda.

O movimento reflete, principalmente, a queda na expectativa para os juros no prazo de 12 meses. Em dezembro, as taxas negociadas no mercado embutiam a possibilidade de aumento da taxa básica para além dos atuais 13,75% ao ano. Agora, a expectativa é de queda para algo próximo de 12% até o final deste ano.

Um cálculo do Santander que considera a diferença entre as taxas de juros real e neutra para um período de 18 meses à frente, que abrange o efeito máximo do impacto na economia dos juros definidos pelo Banco Central, mostra um recuo de 4,6% em outubro de 2022 –maior valor da série iniciada em 2000– para 4% em março de 2023, menor valor em oito meses, mas ainda próximo das máximas históricas.

Valores acima desse patamar só foram alcançados anteriormente nos momentos de forte aperto monetário de 2003, no primeiro governo Lula, e em 2016, nos governo Dilma Rousseff e Michel Temer.

Fonte: FolhaPress

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