Campo Grande (MS) – Com o preço atrativo, a venda de etanol nos postos de Mato Grosso do Sul aumentou em 104% no segundo semestre do ano passado na comparação como primeiro, saltando de 65,5 milhões de litros para 133,5 milhões de litros, de acordo com dados disponibilizados pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz)
Se for levado em consideração o comparativo entre os 12 meses de 2022 com igual período do ano seguinte, o crescimento nas vendas foi menor, de 37,9%, saindo de 144,24 milhões para 198,97 milhões de litros. Esse crescimento anual só não foi maior porque o preço mais vantajoso passou a vigorar somente a partir de meados de junho.
Atualmente, conforme pesquisa de preço divulgada no último dia 13 pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do etanol em Mato Grosso do Sul está em R$ 3,23. Enquanto isso, o valor médio da gasolina está em R$ 5,33.
Então, dividindo o preço do etanol pelo valor da gasolina obtém-se um resultado de 0,60, deixando claro que está aí a explicação para a “explosão” na venda do combustível feito de cana ou milho. Somente quando esta divisão resultar em um valor superior a 0,70 é que voltará a ser melhor abastecer com o combustível fóssil.
E essa vantagem foi aumentando ao longo do segundo semestre. Em meados de junho, por exemplo, o valor médido do etanol nos postos do Estado estava em R$ 3,79 (56 centavos mais caro que agora). Enquanto isso, a gasolina ficou dez centavos mais cara, passando de R$ 5,23 para R$ 5,33.
Fonte: Sefaz
Mas apesar deste cenário, a gasolina ainda é a líder disparada nas vendas. Em 2022 foram vendidos 760,4 milhões de litros no Estado. Em 2023 o volume aumentou para 806 milhões, apesar da concorrência acirrada com o etanol.
Contudo, no mesmo período em que o etanol conquistou espaço, a gasolina foi perdendo. Em dezembro de 2022, por exemplo, foram comercializados 82 milhões de litros de gasolina. Agora, no último mês do ano passado, as vendas recuaram para 70 milhões, representando queda de 14,5%.
Se for levando em consideração somente o comportamento do consumidor de Campo Grande, a retração na venda de gasolina foi ainda maior, de 18,3%. Enquanto isso, a venda de etanol teve salto de 181% na comparação entre dezembro de 2022 com o mesmo mês do ano seguinte, passando de 5 milhões para 14 milhões de litros.
Embora o preço do etanol tenha ficado vantajoso somente nos últimos seis meses, o consumo na Capital chegou a 89,3 milhões de litros, ficando atrás somente de 2015, quando o ano fechou com 108 milhões.
Em dezembro de 2022, o etanol representava 13,5 das vendas nos postos da Capital enquanto que a gasolina significava 86,5% do total vendido. Agora, esta participação do etanol chegou a 35%.
Se for considerada a soma dos dois combustíveis vendidos em Mato Grosso do Sul no ano passado, as vendas aumentaram 11%, passando de 904 milhões de litros para 1,005 bilhão de litros, o que indica aquecimento da economia local.
E apesar da forte concorrência com o etanol, as vendas de gasolina também fecharam o ano em alta. Em 2022 haviam sido comercializados 760,4 milhões de litros, ante 806,6 milhões no ano seguinte, um crescimento de 6%.
PRODUÇÃO LOCAL
Ao longo de 2023, a produção de etanol somou 3,2 bilhões de litros, até 30 de novembro, em Mato Grosso do Sul. Desses, são 2,2 bilhões de litros de etanol hidratado e 1 bilhão de litros de anidro (misturado na gasolina) a partir da cana-de-açúcar e do milho.
Ou seja, apesar do aumento no consumo de etanol nos postos locais, os consumidores de MS consumiram menos de 10% daquilo que se produziu nas 17 usinas de cana e na única usina de milho que existia até o ano passado.
Fonte: Correio do Estado