Campo grande (MS) – Mato Grosso do Sul terá a abertura de mais de 700 empregos provenientes de duas novas indústrias. A reativação de um frigorífico na cidade de Rio Verde de Mato Grosso vai gerar até 500 empregos. Em Três Lagoas, uma indústria de beneficiamento de celulose trará mais 200 postos de trabalho.
Foi anunciada ontem a reativação da indústria frigorifíca em Rio Verde de Mato Grosso, durante o projeto Governo Presente. Segundo o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a planta industrial gerará até 500 empregos. “No próximo ano, serão 200 empregos, e até o fim, 500 empregos. Uma planta que vai atender o mercado interno e habilitar para o mercado internacional. Os investimentos previstos para a reativação da indústria chegam a R$ 40 milhões, porque ela precisa ser modernizada para ser cadastrada no Serviço de Inspeção Federal (SIF). Uma doação de 5 hectares já foi realizada pela prefeitura, porque é necessário adequar a planta às exigências dos mercados nacional e internacional”, detalhou o secretário.
De acordo com o prefeito de Rio Verde, Mário Kruger, com a vinda do frigorífico, que deve ser inaugurado em janeiro de 2020, a população será beneficiada.“Hoje, nós cedemos cerca de 400 funcionários para São Gabriel do Oeste, que trabalham nas indústrias frigoríficas de lá. São 24 horas de ônibus rodando e as pessoas se deslocando para lá. Agora, elas terão a oportunidade de ficar aqui, em sua casa. Com a vinda do frigorífico, nós reivindicamos que sejam feitas uma estrada no espaço onde é nosso parque de exposições e uma ponte para chegar ao frigorífico. O local estava parado e foi arrematado pela associação MS Bois. Até o fim do ano, no máximo início de janeiro, estará em operação”, disse.
Exportação
A planta industrial abre possibilidades para a exportação. Conforme o secretário, esse frigorífico de Rio Verde se credenciará para exportar para Israel. “Este é um momento muito propício, a nossa ideia é posicionar o Brasil, e o Estado entra muito forte nisso, como exportador de proteína animal. Nós queremos cada vez mais no fututo exportar menos farelo e soja e mais suínos, bovinos e aves. Mato Grosso do Sul cresceu mais de 30% na exportação de carne bovina. Só na base suinocultura, são mais de R$200 milhões de investimentos de empresários, tanto a Aurora quanto a Seara de Dourados ampliaram sua capacidade industrial. O que nós precisamos hoje é investir mais em suinocultura. Nós temos uma previsão de que daqui até o próximo ano serão investidos quase R$ 350 milhões”, detalhou Verruck.
A ativação da indústria conta com o apoio do governo do Estado e da prefeitura. “Rio Verde precisa de muitas opções de trabalho e emprego para população”, pontuou o governador Reinaldo Azambuja. Segundo ele, o frigorífico, que está fechado há seis anos, foi arrematado em um leilão judicial por de empresários de Mato Grosso do Sul e de São Paulo.“Nós já disponibilizamos qualificação profissional para Rio Verde. Vamos ter um curso técnico profissionalizante para treinar a mão de obra local”, completou o governador.
Três Lagoas
Na quarta-feira (18), o secretário da Semagro participou do lançamento da pedra fundamental da Unir Indústria e Comércio de Produtos de Higiene Ltda., mais uma indústria que se instala em Três Lagoas e a primeira no Estado a beneficiar a fibra curta de celulose para confecção de papel higiênico, toalhas e guardanapos de papel.
A empresa vai investir R$ 190 milhões e tem previsão de gerar cerca de 200 empregos diretos após o início das operações. A indústria pertence ao grupo paulista Anin Papéis Especiais, do empresário Aurio Lima. Na fase de construção, cerca de 500 pessoas vão trabalhar no projeto. As obras devem começar antes do fim do ano e a previsão para iniciar as atividades é no segundo semestre do ano que vem. A empresa projeta produção de 30 mil toneladas de papel tissue (para fins sanitários).
O empresário Aurio Lima destacou a agilidade e o empenho da equipe da Semagro e o desprendimento do governo do Estado e da Prefeitura de Três Lagoas nas negociações que culminaram na escolha do local para instalação da fábrica.
“O governador foi muito atencioso, recebeu nós no gabinete e abriu as portas para que a gente pudesse investir com segurança”. Em março, o empresário, acompanhado do superintendente de Indústria, Comércio e Serviços da Semagro, Bruno Gouveia, foi recebido pelo governador Reinaldo Azambuja, que conheceu e aprovou o projeto. “Eu me senti muito bem acolhido neste estado e nesta cidade, vou retribuir com empregos e investimentos”, afirmou.
A Unir está contemplada no Programa de Desenvolvimento Industrial do Estado, sem o qual “não teria competitividade para investir aqui”, disse o secretário Jaime Verruck.
“Quando a gente fala em R$ 190 milhões, R$ 200 milhões em investimentos, é um número importante, mas que só empresário entende. Agora, quando falamos na geração de 200 empregos, aí estamos falando com as pessoas. É a vida dessas pessoas que será impactada, o emprego, a renda, isso que se traduz de fato em desenvolvimento. É esse desenvolvimento que o governo incentiva”, disse Verruck.
O prefeito Ângelo Guerreiro comemorou a chegada de mais uma indústria no Parque Industrial de Três Lagoas, onde já trabalham cerca de 5 mil pessoas. A Prefeitura doou o terreno para instalação da fábrica, como forma de incentivo, medida que tem repetido com todos os novos empreendedores. “Isso aqui é uma avenida dos investidores”, citou o prefeito, referindo-se ao Parque Industrial da cidade que acaba de ganhar novo acesso asfaltado pelo governo do Estado, obra de R$ 2,9 milhões.