Campo Grande (MS) – Diante de um gasto previdenciário de R$ 2,3 bilhões, que gera um déficit de R$ 278 milhões, o setor produtivo de Mato Grosso do Sul, apoia integralmente a Reforma Previdenciária estadual. A defesa em favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), enviada pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa foi demonstrada na noite de ontem durante palestra na Federação das Indústrias de MS.
A iniciativa partiu da Fiems e outras entidades, como Fecomércio (Federação do Comércio), Faems (Federação das Associações Empresariais) e Amems (Associação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). “Nesse descompasso entre receita e despesa o empresariado precisa estar do lado do governo e defender a produção”, afirmou o presidente da Fiems, Sérgio Longen. “É nessa linha que estamos engajados, buscando, com diálogo, a sustentabilidade da previdenciário estadual e o equilíbrio financeiro do Estado, permitindo fecharmos a conta e garantirmos o crescimento, a competitividade e a inovação”, acrescentou.
A declaração de apoio e engajamento do empresariado à aprovação da reforma previdenciária está sustentada no fortalecimento econômico, por meio do equilíbrio financeiro, na disponibilidade de mais recursos para setores prioritário, como saúde e educação. “É um importante passo para o aumento da confiança, tão necessária para que as decisões de investimentos se concretizem, como já ocorre em nível federal”, disse Longen.
O setor produtivo defende que o texto original da PEC seja votado e aprovado na íntegra, em regime de urgência. “Depois de conhecer profundamente o texto, precisamos iniciar inclusive a cobrança dos municípios. Para nós, do setor produtivo, essa reforma é imprescindível também porque todos os anos somos surpreendidos com a cobrança de mais impostos e entendemos que se tivermos um equilíbrio na previdência, a conta não precisará ser repassada à sociedade”, afirmou o presidente da Fiems.
A importância deste alinhamento de trabalho entre o setor produtivo foi destacado pelo presidente da Fecomércio-MS, Edison Araújo. “Todos nós temos de dar nossa parcela de contribuição para que o País possa sair dessa situação em que se encontra. E o setor público não pode ser diferente e, por isso, defendemos que Mato Grosso do Sul também siga as orientações da reforma da previdência aprovada pelo Congresso Nacional”, destacou.
O presidente do Lide – Grupo de Líderes Empresariais -, Guto Dobes Filho destaca que a reforma previdenciária proposta pelo governador não apenas equaciona as contas públicas, mas é a garantia do Estado para que o empresariado continue investindo e gerando emprego e renda. “Estamos de acordo com a reforma, é uma das medidas com transparência que propicia e pavimenta o caminho para atrair mais investimentos”, disse.
Sem disparidades – O presidente da Faems, empresário Alfredo Zamlutti Junior, declarou que a reforma proposta elimina disparidades que hoje não permitem fechar a conta, avolumando para um déficit insustentável. “As mudanças são necessárias, daqui a pouco o Estado tem mais inativos do que ativo no seu corpo funcional”, apontou. “O objetivo da reforma é salvar a previdência, sem prejudicar esse ou aquele, mas trabalhando em benefício do futuro das próximas gerações.
Coragem – O secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel afirmou que está em discussão, claramente, privilégios garantidos no passado que o Brasil e Mato Grosso do Sul não suportam mais. “É preciso ter coragem de mexer e o nosso governo está determinado a alterar as regras, pensando no Estado, no desenvolvimento”, frisou.
“Por isso, chamamos à responsabilidade o setor produtivo para dar sua contribuição, entendendo que as soluções não estão apenas no aumento de impostos, o empresariado tem razão”, observou. “Precisamos combater uma série de situações construída ao longo dos anos, que não chamo só de privilégios, mas, em torno de uma reforma previdenciária, administrativa e tributária, para gerar eficiência, competitividade e desenvolvimento.”
Riedel cobrou o engajamento da sociedade, salientando que ela tem sua parcela de responsabilidade para garantir as mudanças propostas. “Não podemos mais conviver com um orçamento em que não há mais espaço para investimento e desenvolvimento. A reforma é imprescindível para que tenhamos esse espaço fiscal”, explicou, salientando que o governo está confiante na aprovação da PEC até o fim do trabalho legislativo deste ano.