Campo Grande (MS) – Em um encontro descontraído, no Palácio do Alvorada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou a atuação da Câmara dos Deputados em 2023 e sinalizou que estará mais próximo dos congressistas neste ano.
O encontro desta quinta-feira (22) foi sugerido por Arthur Lira (PP-AL) na última reunião com Lula, antes do Carnaval. Lira aconselhou o presidente a fazer rodadas frequentes de encontros informais com lideranças do Congresso para aproximá-las do Planalto.
Na reunião, Lula mencionou pautas econômicas aprovadas em 2023 e demonstrou entusiasmo com a economia neste ano. Já Lira disse que medidas de interesse do governo serão aprovadas enquanto houver bom relacionamento entre o Executivo e o Legislativo. O presidente da Câmara alertou que, ao manter esse canal de diálogo, o governo não terá “surpresas” na Câmara.
Na confraternização informal — regada a whisky, cerveja, refrigerante e salgadinhos — o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), em tom bem humorado, chegou a mencionar o discurso duro de Lira na abertura do ano legislativo com recados ao governo. Segundo relatos, não houve desconforto entre os convidados, que interpretaram a fala do colega como uma brincadeira.
O clima era de descontração entre ministros e parlamentares, com exceção de Alexandre Padilha e Arthur Lira, que praticamente não se falam desde o fim do ano. A relação tem se mantido distante depois de críticas do presidente da Câmara ao articulador político do Planalto.
Lira chegou a pedir a troca do ministro das Relações Institucionais o que tem sido interpretado como um excesso até por parlamentares do seu entorno. Lula fez elogios ao ministro Padilha, assim como também agradeceu esforços de outros ministros presentes, como Rui Costa, da Casa Civil, e Fernando Haddad, da Fazenda.
Apenas os líderes do PSDB e do Cidadania não foram ao encontro. Os deputados Adolfo Viana (PSDB-BA) e Alexandre Manente (Cidadania-SP) agradeceram Padilha pelo convite, mas argumentaram que os partidos liderados não são da base governista. Ambos estão dispostos a encontros individuais com o presidente da República.
Os ruídos da relação entre Congresso e Planalto se acentuaram, no fim do ano passado, com reclamações dos parlamentares sobre a liberação de emendas.
Um grupo de deputados do Centrão chegou a enviar um ofício à ministra da Saúde, Nísia Trindade, com cobranças sobre os recursos. Ainda no final do ano, o presidente vetou R$ 5,6 bilhões de reais em emendas de Comissão, parte destinada à ministérios do Centrão.
Fonte: CNN Brasil