Prepare sua empresa para a reforma tributária de 2025: desafios, transição fiscal e estratégias. Por Pier Atti.
Há mais de 30 anos, discute-se a necessidade de uma reforma nacional para simplificar a carga tributária do Brasil, tanto para as empresas quanto para os cidadãos, o que tornaria mais fácil o processo de crescimento econômico do país. Hoje, finalmente, vemos esse cenário se aproximar da realidade.
Não há dúvidas de que a desburocratização do sistema pode ser extremamente benéfica, pois elimina a complexidade de administrar diferentes impostos, otimizando os processos administrativos e diminuindo o tempo dedicado à papelada. Ainda assim, não dá para negar que a transição para o novo modelo tributário demandará uma adaptação meticulosa por parte das empresas, implicando a revisão de sistemas, a contratação de consultorias especializadas em questões fiscais e a reestruturação de processos internos.
Esse período de transição pode representar um desafio significativo e oneroso, principalmente para pequenas e médias empresas, que frequentemente carecem da infraestrutura adequada para enfrentar essas mudanças com eficácia. Por isso, todo negócio tem a ganhar com uma preparação antecipada.
O ano de 2025 certamente trará ainda muitos debates, conforme o Conselho Federativo define assuntos como alíquotas, incidência, imposto sobre consumo, imposto sobre dividendos, imposto de renda, etc. Contudo, as empresas já podem e devem se organizar a partir do que já sabemos e se atualizar a cada nova aprovação do governo.
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Essa organização pode envolver toda a estrutura da empresa, inclusive no que diz respeito à gestão de suas operações fiscais de transição de forma sistêmica. Ter consciência dessa complexidade é o primeiro passo para lidar com ela.
Então, é fundamental contar com profissionais capacitados para trabalhar tanto com o ambiente fiscal recorrente quanto com o cenário futuro, a partir das alterações previstas. A melhor saída é a criação de grupos de trabalho com foco na operacionalização das mudanças e, é claro, buscar empresas especializadas na área tributária como apoio técnico.
Essas mudanças podem estar presentes nas mais diversas áreas do negócio. Talvez seja necessário adquirir novas ferramentas de análise, por exemplo, ou reavaliar a precificação de produtos e serviços. Uma situação provável para muitos negócios é a alteração dos “paraísos fiscais” — locais onde diversas empresas baseiam suas fábricas ou operações logísticas por conta dos benefícios fiscais. Com a unificação dos impostos, essa estratégia não fará mais sentido e pode acabar se tornando prejudicial, em vez de positiva.
Enfrentar todos esses desafios requer um esforço colaborativo entre o governo, as empresas e a sociedade civil. Agora que chegamos ao último ano antes da transição, o tempo é precioso; quanto antes o preparo for iniciado, melhor. Afinal, o tema é de extrema complexidade — é importante que as empresas se empenhem agora para que o início de 2026 seja menos traumático para todos.
Pier Paolo Atti é sócio da IRKO, empresa associada da Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (Abrapsa).