Campo Grande (MS) – Auditores-fiscais da Receita Federal fazem manifestações em várias cidades do país na quarta-feira (21) contra o que chamam de interferências políticas nas investigações do órgão. Segundo o sindicato nacional da categoria (Sindifisco), os atos são uma resposta aos ataques que os auditores fiscais e a Receita estariam sofrendo nos últimos dias.
“Como numa ação orquestrada, representantes do governo federal, parlamentares, ministros do TCU e da Suprema Corte têm mirado artilharias a um dos órgãos centrais da República”, diz o Sindifisco em comunicado.
Entre os supostos ataques listados pelos auditores, estão uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu uma apuração da Receita por suspeita de quebra de sigilo de ministros do Supremo. Segundo a categoria, dois auditores foram afastados por fiscalizarem pessoas consideradas “politicamente expostas”.
No dia 3, o TCU determinou à Receita que envie as identidades de todos os servidores que fiscalizaram ou acessaram dados fiscais de integrantes da cúpula dos três poderes na nação. Outra insatisfação dos auditores é o anúncio do governo que estuda mudar o status da Receita de secretaria para autarquia.
Na segunda-feira, o subsecretário-geral e número 2 do órgão, João Paulo Ramos Fachada Martins da Silva, foi exonerado, em meio à crescente insatisfação dos auditores devido a uma suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro sobre o órgão.
Rio de Janeiro
No Rio, o protesto foi na escadaria do prédio do Ministério da Economia, no Centro. Durante a manifestação, para simbolizar o ‘luto’, os organizadores pediram que os funcionários vestissem preto ou levasse algum objeto da cor.
Minas Gerais
Servidores da Receita Federal se manifestam em Belo Horizonte. Na capital mineira, cerca de 70 servidores da Receita Federal fizeram um protesto em frente à delegacia sindical, no Centro da cidade.
São Paulo
Na capital paulista, o protesto aconteceu em frente ao prédio da Receita Federal, no Centro de São Paulo.
“Nós esperamos que as autoridades revejam, que a população nos apoie, para desenvolvermos o nosso papel, e esperamos sensibilizar tanto o executivo, o judiciário, e o legislativo da importância dessa casa, da importância de não haver ingerência política na Receita Federal, um órgão que está posto pra defender o estado brasileiro”, disse Eric Sandro Eiti Hato, presidente da Delegacia Sindical dos Auditores Fiscais da Receita Federal.
Em Campinas, também houve protesto. A mobilização não afetou o trabalho dos auditores no Aeroporto Internacional de Viracopos e na sede do órgão. Cerca de 80 pessoas participaram do ato.
Distrito Federal
Em Brasília, a manifestação aconteceu em frente ao Ministério da Economia. Os servidores exibiam cartazes com palavras de ordem escritas, como: “dia de luto” e “ninguém está acima da lei”. Em seguida, auditores seguiram para o Senado.
Pernambuco
No Recife, os auditores protestaram em frente à delegacia da Receita, no Centro. Os manifestantes falaram sobre “ataques que tentam deslegitimar o Fisco brasileiro” e levaram uma faixa que dizia que “ninguém está acima da lei”.
Ceará
Em Fortaleza, servidores se concentram por volta das 9h na escadaria do prédio da Receita Federal, na Rua Barão de Aracati, no Bairro Aldeota. Os auditores vestiram roupas pretas em alusão ao luto e levaram faixas contra o governo. Não houve paralisação das atividades do órgão.
Alagoas
Auditores-fiscais vinculados à Secretaria da Receita Federal promoveram um ato em frente à sede do órgão em Maceió, no bairro de Jaraguá. A manifestação não interferiu no expediente da Delegacia da Receita Federal no estado, que manteve o funcionamento normal.
Rio Grande do Norte
Em Natal, cerca de 20 membros do Sindifisco se manifestaram contra os ataques que o órgão e a categoria vêm sofrendo. O evento aconteceu na sede da Delegacia Sindical, na Av. Duque de Caxias, no bairro da Ribeira.
Rio Grande do Sul
Em Porto Alegre, dezenas de auditores fiscais se reuniram na sede da Receita Federal, que fica na Avenida Loureiro da Silva, na Região Central, e estenderam faixas com os dizeres “Ninguém está acima da lei”.